O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu nesta segunda-feira que a Argentina revisasse as suas estatísticas de inflação e de crescimento econômico até o final de março do próximo ano, dando ao país mais tempo para melhorar os seus dados econômicos altamente questionados e considerados imprecisos.
Após uma reunião do Conselho Executivo do FMI nesta segunda-feira, o fundo afirmou em um comunicado que a Argentina planeja criar um novo índice de inflação e que "está trabalhando para resolver as deficiências em seus dados do produto interno bruto (PIB)."
"O FMI reconhece a importância das discussões em vigência com as autoridades argentinas para melhorar a qualidade dos dados do CPI e do PIB do país e está pronto para continuar este diálogo. Pretendemos fortalecer a relação entre a Argentina e o FMI", informou a instituição financeira.
Além disso, o FMI considerou que mesmo sem adotar as medidas preconizadas pelo fundo, a Argentina se esforçou para introduzir uma nova leitura do CPI nacional a partir do início de 2014. O Conselho do FMI ainda afirmou que notou que o governo argentino está trabalhando para
preencher as lacunas em seus dados do PIB.
"Diante destes desenvolvimentos, o Conselho Executivo do FMI aprovou uma decisão invocando que a Argentina implemente ações específicas para lidar com a qualidade dos seus dados oficiais de inflação e de crescimento de acordo com um calendário definido. A Argentina tem até março de 2014 para fazer a divulgação de um novo CPI nacional e de novas estimativas do PIB. Outras ações devem ser implementadas até o final de setembro de 2014 e até fevereiro de 2015", comunicou o FMI.
Um porta-voz do Ministério da Economia argentino emitirá um comunicado ainda nesta segunda-feira.
Em fevereiro deste ano, a instituição financeira advertiu a Argentina por não conseguir melhorar as suas estatísticas econômicas. O FMI questionava a qualidade da metodologia utilizada e especulava sobre uma possível manipulação dos dados. A censura abriu a possibilidade de sancionar o país sul-americano se não melhorasse os seus dados de inflação e de crescimento econômico. As possíveis sanções incluíam a perda dos empréstimos, do direito de voto e até mesmo uma expulsão do FMI.