A disseminação do coronavírus para vários países além da China terá um impacto no crescimento econômico global. A avaliação foi feita pelo diretor de comunicação do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gerry Rice, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (27). Ele também adiantou que o FMI deverá rever as estimativas de crescimento da economia mundial para 2020.
“É provável que rebaixemos nossas projeções de crescimento para o mundo, em abril”, afirmou ao ressaltar que no momento “há muita incerteza” sobre o impacto econômico da epidemia de coronavírus nas atividades econômicas dos diferentes países. “Depende muito da velocidade da recuperação na China e em outros países. Os efeitos de transbordamento, os efeitos sobre as cadeias de suprimentos e até que ponto outros países podem ser significativamente afetados”, observou.
Em sua última atualização, divulgada em 20 de janeiro, o FMI projetou crescimento mundial de 2,9% em 2019, 3,3% em 2020 e 3,4% em 2021. No último dia 22, no entanto, a diretora-gerente do Fundo, Kristalina Georgieva, apresentou as perspectivas para os chefes de bancos centrais e ministros das finanças das 20 maiores economias do mundo, reunidas em Riad, na Arábia Saudita. Georgieva disse que o surto de coronavírus no mundo provavelmente reduzirá o crescimento econômico da China este ano para 5,6%, uma queda de 0,4 ponto porcentual em relação às perspectivas de janeiro, e 0,1 ponto porcentual em relação ao crescimento global.
Na entrevista desta quinta-feira, Rice afirmou que o FMI tem vários instrumentos que podem ser usados para ajudar países afetados. “Temos o instrumento de financiamento rápido e a facilidade de crédito rápido para apoiar países com problemas na balança de pagamentos que surgem de epidemias ou desastres naturai”, comentou ao citar o surto de Ebola, em 2013. De acordo com o diretor, naquele episódio foram usados alguns desses instrumentos, com financiamento para vários países muito rapidamente.
O diretor do FMI fez referência também aos programas do Fundo destinados à contenção de catástrofes e ajuda humanitária. Segundo ele, existe vários caminhos. “Podemos também aumentar os programas já existentes do FMI. Assim, onde já temos um programa com um país, se for o caso, além de afetado pela emergência de saúde, podemos aumentar, acrescentando recursos disponíveis nos programas em andamento”, acrescentou.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast