Enquanto o Banco Mundial prevê uma contração maior do PIB este ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima e de forma significativa sua previsão de crescimento da economia em 2010, e a ampliação do investimento chinês em maio alimentou esperanças em uma recuperação global.
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse que o PIB global vai se contrair perto de 3% neste ano, bem pior que a estimativa anterior de um declínio de 1,75%.
Por outro lado, o FMI elevou a previsão de crescimento global em 2010 para 2,4%, acima da estimativa de 1,9% feita em abril.
"A estimativa aumentou graças ao impacto das medidas de estímulo tomadas nos últimos meses", disse um interlocutor do G8, que teve acesso ao briefing do FMI com os números, preparado para o encontro do grupo que acontece no fim de semana.
As últimas mudanças nas previsões, ainda que sejam referentes a anos distintos, ilustra a dificuldade de se estimar um tempo para a recuperação econômica.
Indicadores globais têm dado sinais de melhora em meio à pior recessão global em seis décadas, e isso tem dado fôlego aos mercados acionários de março para cá.
Contudo, os mercados financeiros ainda estão receosos com a possibilidade de os pesados gastos de governos e as injeções de recursos por bancos centrais na economia levarem a um aumento da inflação.
Mercado de trabalho
Analistas também esperam que o mercado de trabalho continue complicado, com muitas perdas de empregos, mesmo com a retomada da economia.
Dados dos EUA sugeriram que a recessão pode estar ficando para trás. As vendas no varejo norte-americano aumentaram no mês passado, enquanto o número de novos pedidos de auxílio-desemprego caiu pela quarta semana seguida.
Uma queda recorde no PIB do Japão no primeiro trimestre também reforçou expectativas de que uma retomada será lenta, e autoridades europeias afirmaram que os empregos deverão voltar num ritmo mais devagar do que a economia.
"A economia [mundial] deve começar a voltar a território positivo em algum momento entre o fim deste ano e meados do próximo", disse nesta quinta-feira a empresários de Hong Kong o dirigente do Banco Central Europeu (BCE) Christian Noyer.
Ele afirmou que o desemprego em alta poderá ainda afetar o consumo e as perspectivas de crescimento.
Enquanto isso, na China dados divulgados nesta quinta-feira mostraram que o investimento anualizado em ativos fixos em áreas urbanas acelerou para 32,9% de janeiro a maio, ante 30,5 por cento de janeiro a abril, o que sugere efeitos do plano de estímulo econômico de Pequim.