O Fundo Monetário Internacional elevou na quinta-feira de 4,2% para 4,3% a sua previsão de crescimento econômico para a América Latina e o Caribe em 2007. As perspectivas de crescimento econômico do Brasil em 2007 são melhores do que as deste ano. De acordo com as estimativas da entidade, o Brasil crescerá 3,2% em 2006 e 4% no ano que vem; ligeiramente abaixo da média de toda a América Latina, que será de 4,25%.
O FMI manteve a estimativa de crescimento de 4,8% em 2006. Em 2005, a região registrou 4,4%.
A demanda interna será o motor do crescimento latino-americano neste ano e no próximo, segundo Markus Rodlauer, assessor-sênior do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI.
- Em 2007, o crescimento da região se suavizará ligeiramente, segundo o previsto, conseguindo 4,3 por cento - disse ele durante seminário organizado em Santiago pelo Banco Central do Chile.
- Esta porcentagem está de acordo com a moderação da expansão mundial, o retrocesso provável dos preços das matérias-primas, e também a maturação da recuperação de algumas economias regionais.
Segundo Rodlauer, os elevados superávits comerciais permitiram aos países da região acumularem reservas e fortalecer suas moedas, mas sem prejudicar sua competitividade.
Entre os elementos de risco ele citou a dependência comercial do México e da América Central em relação aos EUA, caso ocorra uma contração inesperadamente aguda na demanda norte-americana.
"Um segundo risco é uma queda nos preços das matérias-primas, que poderia desgastar rapidamente os parâmetros fiscais da região", acrescentou.
Melhor triênio desde 1970
Somando os crescimentos do período 2005-07, a América Latina deve ter sua expansão mais vigorosa desde a década de 1970, apoiada na forte demanda por matérias-primas, que também favorece a conta corrente do balanço de pagamentos.
"Para o ano que vem, o elevado nível dos preços do petróleo continuará fortalecendo os saldos comerciais dos países que o produzem. Por outro lado, se prevê que os preços dos produtos básicos não-combustíveis sofrerão quedas moderadas em 2007", disse Rodlauer.
O consumo no Caribe e na América Central continuará se beneficiando das remessas enviadas por seus cidadãos que vivem no exterior, especialmente nos EUA, que representam cerca de 10 por cento do PIB em alguns países.
Para Rodlauer, o principal objetivo da América Latina é conseguir um aumento sustentável do investimento e da produtividade, que continuam inferiores aos de economias emergentes da Ásia e da Europa.
"A expansão atual gera uma oportunidade histórica de garantir ainda mais a estabilidade macroeconômica recentemente obtida", afirmou o economista, que mencionou ainda a necessidade de promover a igualdade e reduzir a pobreza, além de eliminar barreiras institucionais ao crescimento.