O Fundo Monetário Internacional (FMI) puxou para cima suas previsões de abril passado e informou, na madrugada de ontem, que a economia mundial deverá se expandir 4,6% em 2010. A previsão anterior era de 4,2%. No caso do Brasil, a estimativa saltou de 5,5% para 7,1% neste ano, com previsão de ritmo de crescimento econômico mais lento em 2011, quando deverá crescer 4,2%. Entretanto, ao divulgar a "Perspectiva para a Economia Mundial", o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, advertiu que "nuvens de tempestade estão no horizonte" e podem desinflar o otimismo apontado por esses mesmos números.
Blanchard referiu-se especialmente às ameaças desencadeadas pela crise da Grécia e por sua extensão à Europa. Concluiu que esses riscos podem gerar uma "turbulência financeira, transtornos no mercado de financiamento e congelamento do mercado interbancário" no continente, com óbvia repercussão em todo o mundo. Mas também apontou os receios do FMI com relação ao corte das medidas fiscais adotadas para recuperar as economias avançadas durante a crise mundial e aos desequilíbrios ainda presentes entre países emergentes.
O relatório do FMI chamou a atenção para o duplo risco ao qual os países emergentes asiáticos e latino-americanos estão sujeitos. Primeiro, o erro na dose e no momento do ajuste fiscal dos países desenvolvidos. Segundo, o superaquecimento de suas próprias economias.