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O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a rebaixar as expectativas de crescimento para a economia brasileira em 2023. Dos 1,2% previstos em janeiro, a projeção de expansão do PIB passou para 0,9%, bem próximo da sinalização feita pelo boletim Focus, do Banco Central (BC) nesta semana.
Se confirmado, o desempenho é pior do que o primeiro ano do mandato de Jair Bolsonaro, em 2019, quando a economia cresceu 1,22%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A projeção também é pior do que o desempenho registrado em 2003 (1,14%) e 2007 (6,07%), no primeiro e segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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O órgão aponta que a questão fiscal foi importante para o crescimento da economia brasileira. “É principalmente o grande aumento dos gastos do governo, financiado por impostos, que explica a contribuição do impulso fiscal (na economia).”
O presidente brasileiro voltou a criticar o FMI, nesta segunda, no discurso dos cem primeiros dias de governo. Ele disse que se a sua gestão for baseada no que as perspectivas do mercado e do Fundo indicam para o país, “é melhor desistir”.
PIB mundial desacelera, segundo FMI
A economia mundial está em desaceleração. Se no ano passado, de acordo com dados do FMI, o PIB global cresceu 3,4%, neste ano a expectativa é de 2,8%. O movimento será sentido principalmente pelas economias desenvolvidas: a taxa de crescimento do PIB deve cair dos 2,7% verificados no ano passado para 1,3% em 2023.
O Fundo fez projeções para a economia global considerando um eventual aumento do estresse no setor financeiro, após a quebra do banco americano SVB e a crise do Credit Suisse. Um recrudescimento no cenário pode levar a economia mundial a crescer cerca de 2,5% e as economias mundiais a se expandir abaixo de 1%
Outra consideração feita pelo FMI é de que a inflação mundial está baixando dos 8,7% de 2022 para 7%, em 2023, devido à queda no preço das commodities. Mas os núcleos que medem a alta de preços deverão cair a um ritmo menor. A expectativa que as metas de inflação sejam cumpridas pelas principais economias globais somente a partir de 2025.