As economias da América Latina enfrentarão uma recessão e um aperto no crédito caso a crise da dívida europeia piore, afirmou Nicolas Eyzaguirre, diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo ele, melhorar as finanças dos governos e afrouxar a política monetária deve ajudar os países latino-americanos a se prepararem para o pior.
"Nós não vemos uma recessão iminente na América Latina caso a crise europeia permaneça contida, mas um crescimento mais fraco claramente está nas cartas", disse Eyzaguirre em um blog do FMI, acrescentando que a confiança dos investidores e os preços das commodities estão diminuindo. Se a crise da Europa explodir e os bancos da zona do euro sofrerem uma falta de financiamento de curto prazo em dólar, a América Latina pode enfrentar sua própria turbulência financeira.
"Menos linhas de crédito externas disponíveis para os bancos podem gerar uma crise de crédito na América Latina", afirmou Eyzaguirre, que já foi ministro de Finanças do Chile. Eyzaguirre defendeu que nos países em que a inflação está sob controle, o afrouxamento da política monetária é uma medida apropriada e alertou que "os sistemas financeiros deverão ficar sob avaliação extra em busca de sinais de estresse, com um olhar particular sobre os problemas de liquidez".
No geral, Eyzaguirre elogiou as nações da América Latina por administrarem suas economias e seus mercados com habilidade desde a crise financeira de 2008, colocando-as em uma posição de força diante dos problemas europeus que atingem a região. O economista do FMI disse ainda que o fundo espera um crescimento global menor, inclusive na China, que é um grande centro de demanda para muitas economias latino-americanas.
Além da crise europeia, a incapacidade do governo dos EUA de "alcançar o correto equilíbrio político fiscal" tanto no curto quanto no longo prazo também está contribuindo para o nervosismo nos mercados financeiros globais, ressaltou Eyzaguirre.
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