Uma nova edição do documento "Perspectivas para o Crescimento Global" foi divulgado nesta quarta-feira (28) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia mundial cresçerá apenas 0,5% em 2009. Segundo o relatório, será o menor crescimento da economia mundial em 60 anos.
As medidas para conter a turbulência mundial, segundo o FMI, não vão impedir a forte desaceleração da economia neste ano. "Acreditamos que mais decisões ativas são necessárias por governos e investidores, com maior ênfase no equilíbrio dos balanços de pagamento", diz em nota o conselheiro financeiro do Fundo, Jaime Caruana.
Citando o diretor-gerente da instituição, Dominique Strauss-Kahn, o documento mostra que "uma recuperação sustentada da economia não será possível até que o setor bancário seja reestruturado, com a restauração do fluxo de crédito".
Segundo o relatório divulgado nesta quarta-feira, as perdas totais com a crise já chegam a US$ 2,2 trilhões, considerados os dados de janeiro. Há três meses, em outubro de 2008, o FMI calculava que prejuízos de US$ 1,4 trilhão.
Bric x desenvolvidos
Para os países emergentes, o efeito não será tão severo, mas o crescimento será, ainda assim, bastante reduzido. Na China, que vinha há anos crescendo pelo menos dois dígitos, o FMI prevê um avanço de 6,75%; para a Índia, a previsão é de 5%. Para o Brasil, o crescimento projetado para 2009 é de 1,8%, segundo o documento.
Entre os países "Bric", o único que deve ter contração da economia neste ano deve ser a Rússia, de acordo com o Fundo. A previsão é que o país tenha crescimento negativo em 0,3% neste ano.
Para as economias desenvolvidas, há perspectiva de recessão em diversas nações e regiões, com a perspectiva de PIB negativo nos Estados Unidos (-1,6%), zona do euro (-2%) e Japão (-2,6%). Na Grã-Bretanha, a situação será ainda pior: a contração deverá ser de 2,8%.
2010
Apesar do pessimismo imediato - o documento diz que a crise iniciada nos Estados Unidos já se tornou uma contração global -, os números do FMI para 2010 são mais otimistas. Para o Brasil, por exemplo, o relatório prevê um crescimento de 3,5% no ano que vem.
Para outras nações, a previsão de crescimento em 2009 também é mais otimista: a zona do euro e a Grã Bretanha devem ter crescimento próximo de zero, enquanto países emergentes também têm chance de se recuperar, com Índia crescendo 8%, China avançando 6,5% e Rússia com ganho de 1,3%.
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