O Brasil continua em marcha lenta e deve crescer 1,8% neste ano, 2,7% no próximo e apenas 3,5% em 2019, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Na corrida do crescimento, a economia brasileira continuará bem atrás do conjunto das emergentes e de várias sul-americanas.
A redução do potencial de crescimento ocorreu em todos os grupos de países nos últimos anos. Mas os efeitos foram particularmente severos no Brasil, segundo indicam os números do recém-distribuído Panorama Econômico Mundial, a publicação semestral mais importante do FMI.
A projeção de apenas 1,8% de expansão neste ano foi em parte motivada pelo aumento das taxas de juros iniciado em abril do ano passado. A projeção anterior, publicada em janeiro, era de crescimento de 2,3%, tão ruim quanto a de 2013 e já bem abaixo da média de desempenho dos emergentes.
Os economistas do FMI avaliam positivamente o aumento de juros iniciado há quase um ano, mas defendem um aperto maior da política econômica, pois "apesar do aumento substancial da taxa básica no ano passado, a inflação continua no limite superior da banda". Mas também é bom mexer nas contas públicas. "A consolidação fiscal ajudaria a reduzir a pressão da demanda interna e a diminuir os desequilíbrios externos, contribuindo, ao mesmo tempo, para baixar o peso relativamente alto da dívida pública."
O texto menciona a perda de competitividade e a baixa confiança do empresariado. Problemas semelhantes afetam a maior parte dos latinoamericanos, de acordo com o documento, mas a combinação de inflação elevada e deterioração dos principais indicadores internos e externos é citada mais extensamente no caso do Brasil.