Empresa mais valiosa do Brasil, Ambev distribui bons dividendos| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

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Companhias de energia lideram lista das mais indicadas

As empresas do segmento de energia elétrica são as mais indicadas para se investir em dividendos em janeiro, aponta consulta da Gazeta do Povo junto a cinco corretoras de valores. Metade das oito empresas que tiveram duas indicações é desse ramo: Alupar, Cetip, Taesa e Tractebel. As outras companhias indicadas por mais de uma corretora são Ambev (bebidas), Cielo (tecnologia), Odontoprev (saúde) e Telefônica (telefonia).

Os nomes dessas empresas constam nas chamadas carteiras de dividendos ou carteira defensiva, que são indicações de investimentos feitos pelas corretoras, com base em análises e expectativas de mercado. Não há, contudo, garantia de retorno.

As distribuidoras de energia têm tradição em pagar bons dividendos. Mas, desde setembro de 2012, quando o governo editou a Medida Provisória (MP) 579, que renovou as concessões de empresas do segmento mediante exigências que desagradaram o setor, algumas companhias do ramo tiveram piora de resultado e se tornaram menos atraentes. "As empresas de energia seguem entre as melhores, mas não há setor específico que concentre todas as boas pagadoras de dividendos", explica Fabio Galdino, trader da Guide Investimentos.

Outra referência para o investidor é o Índice Dividendos (IDIV) BM&FBovespa, espécie de Ibovespa do ramo de dividendos. O indicador é formado pelas ações que apresentaram os maiores "dividend yelds" nos últimos 24 meses e tem um rol mais variado do que as carteiras das corretoras. Destacam-se três segmentos, entre as 15 empresas com maior participação proporcional no índice: bancos (Banco do Brasil, Bradespar e Banrisul), telefonia (Telefônica e Oi) e o próprio segmento energético (Cemig, Tractebel, Cesp e a paranaense Copel). No ano passado, o IDIV teve perda de 18%, na segunda queda anual consecutiva – o recuo superou a queda do Ibovespa, que caiu 2,91% no ano passado.

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Investir em ações com bom potencial de pagamento de dividendos, que são os lucros distribuídos periodicamente pela empresa aos acionistas, é apontado por especialistas como uma forma de tornar mais interessantes as aplicações na Bolsa de Valores, que vive um período conturbado e deve ter um ano instável. A montagem de uma carteira assim, porém, exige informação e cautela do investidor.

INFOGRÁFICO: Veja quais são as empresas integrantes do índice de dividendos da Bovespa

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Em linhas gerais, têm capacidade de pagar proventos atraentes as empresas com perspectiva de bom resultado, baixo histórico de volatilidade e sem previsão de executar grandes investimentos a curto prazo, o que preserva o lucro para que seja dividido, explica o analista Roberto Indech, da corretora Rico.

O histórico de pagamento de dividendos da companhia é importante, mas não garante ganhos futuros, pois a empresa tem liberdade para, respeitado um piso de 25%, distribuir o porcentual que desejar. "É preciso estar de olho no passado e no futuro. Uma troca de diretoria pode mudar a estratégia e afetar o porcentual de pagamento de dividendos", alerta Indech.

É preciso que o investidor também esteja bem informado sobre o ramo em que a companhia atua. "O nível dos dividendos depende do lucro e isso depende do desempenho que a empresa terá. Então, é importante entender o funcionamento do mercado em que ela está", diz Ricardo Kim, analista da XP Investimentos.

Os ganhos proporcionais com a aplicação serão mais altos à medida que o valor pago por cada ação tenha sido menor. Essa relação entre dividendo e cotação do papel compõe o chamado "dividend yeld", que indica o porcentual de lucro destinado a cada ação em um período. Uma companhia que remunere o investidor em R$ 1 para cada ação comprada por R$ 10, por exemplo, apresenta um índice de 10%. Um porcentual vantajoso, segundo o analista Lenon Borges, da Ativa! Investimentos, gira em torno de 5% – as companhias que formam o Ibovespa têm, em média, "dividend yeld" de 4%.

Não se deve, porém, olhar isoladamente para o indicador, já que uma desvalorização da ação pode fazê-lo crescer, criando a falsa perspectiva de ganho. Também é preciso que o valor da ação cresça e se recomponha após a divisão de lucros, para que haja efetivo aumento do capital do investidor.

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Riscos e vantagens

Entre as vantagens de se apostar em dividendos está a isenção de incidência do Imposto de Renda, pois o lucro já é tributado antes da divisão. Além disso, como as empresas têm liberdade para definir a periodicidade do pagamento, o tempo de espera para ter retorno pode ser baixo.