Economistas de instituições financeiras elevaram a projeção para a inflação neste ano, piorando o estouro da meta, diante de uma economia com perspectiva de crescimento menor.
Pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira (5) mostrou que a projeção para o IPCA de 2015 foi a 6,56%, 0,03 ponto percentual a mais do que no levantamento anterior.
Para 2014 a projeção teve ligeiro ajuste a 6,39%, contra 6,38%. A inflação do ano passado será conhecida na sexta-feira, quando o IBGE divulgará o IPCA de dezembro. A meta do governo é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
O ano mudou, mas seguem fracas as projeções do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 e 2015. A previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano caiu em 0,05 ponto percentual, a 0,50%. Para 2014, a expectativa é de crescimento de 0,15%, contra 0,14% anteriormente. A produção industrial é o principal setor responsável pelas previsões para o PIB de 2014 e 2015.
Sobre a Selic, o Focus mostrou que a perspectiva continua sendo de que a taxa básica de juros, atualmente em 11,75%, termine este ano a 12,50%.
Para o dólar, que fechou 2014 em alta de quase 13% ante o real, a 2,6587 reais, especialistas consultados mantiveram a projeção de que encerrará este ano a 2,80 reais.
Inflação alta, juros elevados, crescimento baixo e contas públicas em deterioração é o cenário que o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy terá de enfrentar.
Com perfil mais ortodoxo, ele já anunciou nova meta de superávit primário para este ano, equivalente a 1,2% do PIB, e disse que é preciso coragem para fazer as mudanças necessárias.