As projeções em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deverão convergir para 3% até o final do ano, prevê o economista do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) Cássio Zimmermann. Portanto, considerando que no documento divulgado na última segunda-feira, a mediana das expectativas para o indicador apontava para uma expansão de 3,16% em 2011, os ajustes daqui para frente serão pequenos.
"Focus é uma questão de confiança", diz o economista. Por isso, diante da atual crise internacional, ele vê como natural a disposição do mercado projetar desaceleração da economia doméstica. Para o relatório que será divulgado na segunda-feira (21), Zimmermann espera uma pequena correção no PIB.
O economista acredita que, na relação inflação, PIB e juros, o governo vai preferir puxar o crescimento e os juros para baixo e manter a inflação correndo em conformidade com taxa entre 5% e 5 5% no encerramento do ano que vem. Zimmermann explica que o modelo do Banco Central olha mais para os hiatos do produto e inflação e cospe uma taxa Selic.
Mas, pelo discurso da autoridade monetária, o BC vai aproveitar a brecha que o crescimento está dando para estreitar a taxa de juros e manter a inflação entre 5% e 5,5%. "Não tenho a menor dúvida disso. Entre puxar a inflação para baixo e deixar a Selic entre 10% e 11%, ele vai manter a inflação e deixar a taxa de juros abaixo de 10%", diz o economista.
O resultado desta equação na Focus serão mexidas pequenas nas expectativas em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O economista do Banrisul ressalta, no entanto, que suas avaliações têm validade apenas no contexto em que o atual cenário em que se encontra a economia internacional seja mantido. Porque num cenário de ruptura, diz o economista, a taxa de juros ficará bem abaixo de 10%, o PIB iria a menos de 3%. Hoje, de acordo com ele, a probabilidade de confirmação do cenário alternativo é de 30%. O básico, que é com o que a Focus trabalha, é de 70%. Neste cenário, as revisões na Focus se manterão marginais.
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