A cozinha do brasileiro ficará cada vez mais high-tech. Os fabricantes de eletrodomésticos promovem uma verdadeira corrida para adaptar tecnologias da indústria de tablets e smartphones nos lançamentos de geladeiras, fogões e lavadoras. A Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, começou a vender na terça-feira, 14, seu "smart fogão", um produto desenvolvido no Brasil e considerado pela empresa o item mais "conectado" do seu portfólio global.
O fogão permite ao consumidor baixar receitas em um aplicativo no smartphone e programar o forno para prepará-las automaticamente. É possível, por exemplo, assar um bolo apertando apenas um botão o forno será pré-aquecido automaticamente e a temperatura será elevada ou reduzida conforme as indicações da receita e o forno desligará sozinho quando o prato estiver pronto. O fogão chega ao varejo com preço sugerido de R$ 4.599.
Esse é o segundo eletrodoméstico conectado à internet lançado pela Whirlpool no Brasil. O primeiro foi uma geladeira que permite compartilhar listas de compras com toda a família.
"Estamos entrando na era da conectividade. O consumidor quer se comunicar com o produto", disse o diretor de Design e Inovação da Whirlpool na América Latina, Mario Fioretti. Para se adaptar a essa tendência, a Whirlpool trouxe profissionais da indústria de tecnologia para trabalhar nos seus quatro centros de inovação no Brasil. "Antes nossos designers planejavam todo o layout do produto. Desde 2010 esse trabalho envolve também uma equipe que estuda a experiência do usuário para interagir com o produto", explica Fioretti.
Tecnologia exportada
A aposta em eletrodomésticos tecnológicos é uma tendência também na Electrolux. Desde dezembro de 2010, a empresa oferece produtos da linha "i-kitchen", que vêm equipados com tecnologia de smartphone, como telas touchscreen, memórias carregadas de receitas e entrada USB. Os produtos ainda são offlines, mas capazes de interagir com o consumidor, segundo a gerente de produto da Electrolux, Luana Inocentes.
Criada no centro de desenvolvimento de produtos da Electrolux em Curitiba, a tecnologia será "exportada" para unidades da empresa dos Estados Unidos e na Austrália. "O Brasil é referência em inovação na Electrolux", disse Luana.
A inclusão de novas tecnologias nos eletrodomésticos só faz sentido se trouxer benefício real ao consumidor, afirmam as fabricantes. "Estamos avaliando produtos com conectividade, mas o benefício precisa ser relevante para o consumidor. Ele não vê utilidade em entrar no Twitter pela geladeira", disse Luana. A Whirlpool concorda. "O consumidor não quer firula. Ele quer uma funcionalidade que torne sua vida mais fácil", disse Fioretti.