São Paulo - A montadora norte-americana Ford anunciou um acordo com a chinesa Geely para vender a subsidiária sueca Volvo Cars. O negócio, de US$ 1,8 bilhão, foi divulgado ontem na Suécia. Analistas afirmaram que a transação é um símbolo da gradual mudança do centro automobilístico mundial da Europa e dos Estados Unidos para a China. A aquisição da Volvo Cars, comprada pela Ford por US$ 6 bilhões em 1999, representa a maior aposta de uma companhia chinesa de automóveis no mundo ocidental.
A Volvo Trucks, que mantém uma fábrica na Cidade Industrial de Curitiba, não faz parte dessas negociações. Diferentemente da divisão de automóveis, que era administrada pelos norte-americanos há 11 anos, a operação de caminhões e ônibus sempre permaneceu sob o controle dos suecos.
A transação entre Ford e Geely encerra a incerteza que cercava o futuro da Volvo Cars desde que a crise obrigou as montadoras dos EUA a vender filiais europeias. No início do ano, a General Motors vendeu a também sueca Saab para a holandesa Spyker. A Opel, divisão alemã da GM, quase foi vendida a investidores canadenses e russos em 2009, mas a matriz norte-americana desistiu do negócio na última hora citando a recuperação do mercado mundial e a importância da operação na Europa.
Expectativa
A expectativa dos envolvidops na transação entre Ford e Geely é que a aquisição da Volvo seja completada no terceiro trimestre deste ano. Em dezembro de 2009, as companhias já haviam anunciado ao mercado que fecharam "todos os termos comerciais substantivos" para a venda da montadora sueca.
A Geely deve comprar 100% da Volvo e todos os seus ativos. A companhia chinesa informou ontem que espera dobrar as suas vendas após a aquisição, e que pretende somar um total de 600 mil unidades comercializadas em cinco anos.
Sobrevivente
A Ford sofreu o impacto da crise global e tenta levantar recursos para voltar o foco às operações centrais da empresa. A montadora, entretanto, foi a a única das grandes que não recorreu à ajuda do governo dos EUA para sobreviver à crise. A empresa teve um lucro de US$ 2,7 bilhões em 2009, o primeiro resultado positivo anual desde 2005.
O fato de não ter que recorrer a empréstimos da Casa Branca foi um dos fatores que influenciaram o resultado positivo, já que a empresa conseguiu melhorar a sua imagem e conquistar novos consumidores.
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