A formalização do mercado de trabalho, um dos pontos citados pelo governo como um avanço nos últimos anos, sofreu um revés no último trimestre de 2014. O total de trabalhadores com carteira assinada caiu 0,4% na comparação com o terceiro trimestre.
Perderam o status de trabalhadores formais 147 mil pessoas em todo o país, segundo dados da Pnad Contínua, divulgados nesta terça-feira (10) pelo IBGE. Trata-se do segundo trimestre seguido em que o indicador se mostra negativo.
Apesar da queda mais recente, o emprego com carteira cresceu 1,3% frente ao quarto trimestre de 2013 - o que corresponde a um acréscimo de 455 mil pessoas. Entre o quarto trimestre de 2013 e o mesmo período deste ano, foram abertas, ao todo, 993 mil vagas em todo o país.
Para Cimar Azeredo Pereira, coordenador de Emprego e Rendimento do IBGE, os dados revelam que a formalização desacelerou em 2014 e, nos dois últimos trimestres, já registra uma queda, o que indica "uma piora na qualidade dos postos de trabalho criados".
Apesar do retrocesso recente, o contingente de trabalhadores do setor privado com carteira subiu para 77,7% no quarto trimestre - o percentual era de 77,1% nos últimos três meses de 2013. O avanço das contratações formais, diz, ficaram concentradas no primeiro semestre do ano passado.
Pelos dados do IBGE, o total de empregados sem carteira assinada aumentou 2,2% do terceiro para o quatro trimestre. Em números absolutos, 230 mil pessoas foram admitidas de modo informal, o que não lhes garante proteção social e benefícios trabalhistas.
Em termos de uma economia mais fraca - que acentuou sua freada no segundo semestre -, há uma tendência de crescer o emprego informal em detrimento das contratações com carteira assinada.