A empresa holandesa SBM Offshore, que afreta plataformas para a Petrobras, vem sendo alvo de cobertura por parte de jornais e sites americanos e europeus desde a semana passada, por supostas práticas de pagamento de suborno a representantes de empresas em diversos países onde mantém negócios.

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A informação não é nova, mas voltou à tona na semana passada depois que se descobriu a postagem de suposto ex-funcionário da SBM na Wikipedia, datada de outubro de 2013, dando detalhes do funcionamento de um esquema de corrupção que, segundo o texto, era conduzido pela empresa. A Petrobras é apontada pela postagem como uma das companhias envolvidas, e que teria participado do esquema entre 2006 e 2011.

No ano passado, a SBM havia informado aos investidores que corria o risco de ser condenada pela justiça nos Estados Unidos e na Holanda em investigações sobre "indicações de substanciais pagamentos", em "práticas comerciais impróprias", feitas "majoritariamente por intermediários". A empresa diz que descobriu os pagamentos em investigação interna e que voluntariamente levou as informações à Justiça nos dois países. A SBM informa, apenas, que foram identificadas em "dois países da África e um fora da África".

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Procurada pela Folha de S.Paulo, a SBM informou que não pode fornecer informações além do que já é público. Confirmou que, em março de 2013, sofreu uma tentativa de extorsão de um ex-funcionário, que pedia 3 milhões de euros para não tornar pública informações "obtidas por meio de materiais obtidos ilegalmente". E disse que a publicação na Wikipedia veio logo após a negativa de pagar o dinheiro exigido.

Procurados, Petrobras, SBM Brasil e José Sérgio Gabrielli, presidente da empresa entre 2004 e 2012, não comentaram o caso.No ano passado, a SBM fechou contrato para afretar duas plataformas para atender o campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos. O contrato vale por 20 anos e tem valor de R$ 3,5 bilhões.

As plataformas serão entregues em 2015 e 2016. Na ocasião, o presidente mundial da SBM, Bruno Chabas, destacou "a rapidez entre a carta de intenção e a assinatura do contrato, que demonstra o compromisso da Petrobras e da SBM para rapidez na conclusão do projeto". A negociação havia levado três meses.