Para não sucumbir à crise que ainda afeta a aviação, empresas brasileiras do setor aeronáutico estão buscando oportunidades em outros mercados, como naval, defesa e petróleo e gás. A ideia é reduzir a dependência da Embraer, única cliente de muitas delas. No fim de 2009, a fabricante de aeronaves informou a fornecedores que comprará menos peças neste ano, numa tentativa de equilibrar os estoques no cenário de vendas menores. A expectativa é que as compras de peças programadas para 2010 caiam 23%.
A Winnstal, criada em 1998 para só atender a Embraer, nunca havia recorrido a outros mercados. Com a crise na aviação, passou a fabricar peças para as indústrias de telefonia móvel, automobilística e de equipamentos agrícolas. "Queremos baixar a 40% a representatividade da Embraer no nosso faturamento neste ano ou, no mais tardar, em 2011", diz o diretor-presidente da Winnstal, Ney Pasqualini Bevacqua, que também busca clientes nos segmentos de Petróleo e Gás, tratores e motocicletas.
A Friuli, que em 2008 tinha 90% do faturamento vinculado à Embraer, conquistou clientes nas áreas de defesa, naval e petróleo e gás e reduzir para 56% sua dependência. No ano passado, a empresa fechou contrato com a gigante do setor petrolífero Halliburton, responsável por 5% da sua receita. Agora, quer trabalhar com a Petrobras. "A ideia inicial era diversificar a atuação no setor aeronáutico e aeroespacial. Mas depois, com a crise chacoalhando esses mercados, resolvemos abrir o leque", afirma o presidente da Friuli, Gianni Cucchiaro.
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