O magnata mexicano Carlos Slim teve um ano difícil. Desde o início de 2015, a fortuna do executivo — dono da gigante das telecomunicações América Móvil — encolheu quase US$ 20 bilhões ou aproximadamente o tamanho da economia de Honduras, segundo o Index de bilionários da Bloomberg. No Brasil, o grupo de Slim controla as empresas de telefonia Claro e Embratel, além da Net.
Os US$ 20 bilhões representam a maior perda de patrimônio entre os 400 bilionários espalhados pelo mundo que integram o index da Bloomberg. Com a retração na sua fortuna, Slim caiu da terceira posição em 2014 para a quinta posição no ranking mundial de bilionários este ano.
Os dados foram compilados até 17 de dezembro. Nessa data, o executivo tinha US$ 53,9 bilhões, segundo a Bloomberg. À sua frente estavam Bill Gates (US$ 83,5 bilhões), Amancio Ortega (US$ 75,1 bilhões), Warren Buffett (US$ 63,2 bilhões) e Jeff Bezos (US$ 59,3 bilhões).
Pressão
As ações da América Móvil devem fechar o ano com a maior queda desde 2008. Até agora, o recuo acumulado é de 18%. A empresa vem sofrendo pressões de órgãos reguladores no México, onde agora é forçada a compartilhar sua infraestrutura. O domínio exclusivo sobre essa infraestrutura era justamente o que permitia à empresa dominar o mercado de telefonia móvel e fixa por mais de dez anos.
Segundo a Bloomberg, entre os fatores que contribuíram para o mau desempenho da América Móvil, com reflexo sobre a fortuna de Slim, estão o cenário deteriorado para telefonia no Brasil (segundo maior mercado para a empresa), maior competição no México e oportunidades limitadas de crescimento na Europa.