Enquanto a economia do Brasil cresceu abaixo da média mundial em 2006, aumentou a participação brasileira na lista de bilionários da revista "Forbes", divulgada nesta quinta-feira (08/03). O número de brasileiros listados pela publicação passou de 16, em 2005, para 20, no ano passado, e a fortuna do seleto grupo chegou a US$ 46,2 bilhões , 38% a mais que os US$ 33,5 bilhões contabilizados em 2005. O crescimento da fortuna total de brasileiros na lista foi maior do que o do patrimônio de todos os bilionários classificados pela "Forbes".
Em 2006, o patrimônio de todos os bilionários da lista cresceu 35% , atingindo US$ 3,5 trilhões. No mesmo período, estima-se que a economia mundial registrou expansão de 5%.
O banqueiro Joseph Safra continua como o brasileiro mais rico, em 119º lugar na lista da "Forbes", com US$ 6 bilhões de patrimônio. Mas a produção de álcool já está fazendo bilionários no Brasil. O usineiro Rubens Ometto, conhecido como Binho, do grupo Cosan, aparece como o oitavo brasileiro mais rico, com uma fortuna estimada em US$ 2 bilhões. Ometto está empatado com o banqueiro Carlos Alberto Sucupira (GP Investimentos) e à frente de nomes conhecidos como Abílio Diniz (Pão de Açúcar), Júlio Bozano e família Steinbruch (grupo Vicunha-Companhia Siderúrgica Nacional).
Nascido em Piracicaba, Ometto (488º lugar no ranking geral da "Forbes") assumiu o comando do grupo Cosan em 1986. Sua ambição é liderar a consolidação do setor sucro-alcooleiro, atualmente em evidência com a perspectiva de o Brasil ser um grande produtor e exportador de etanol. O Cosan fatura atualmente R$ 2,5 bilhões e gera 37 mil empregos diretos com a moagem, por ano, de 28 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
O segundo brasileiro mais rico segundo a "Forbes" é Jorge Paulo Lemann (GP Investimentos, com US$ 4,9 bilhões). Os demais são Aloysio Faria (ex-dono do Banco Real), Antonio Ermírio de Moraes (Votorantim), Moise Safra (Banco Safra) e Liu Ming Chung (US$ 2,4 bilhões). Nascido em Taiwan, ele cresceu no Brasil e é casado com a mulher mais rica da China, Zhang Yin, dona da maior fabricante de contêineres daquele país.
Aparecem ainda na lista da "Forbes" os co-presidentes da Natura, Guilherme Leal e Antonio Luiz Seabra, que aumentaram sua fortuna e hoje possuem US$ 1,5 bilhão e US$ 1,6 bilhão, respectivamente. Outros são a família Constantino (donos da Gol) e Elie Horn (Cyrela Brazil Realty).
O empresário latino-americano mais rico da lista continua sendo Carlos Slim, da Telmex, dono de uma fortuna de US$ 49 bilhões. Ele é o terceiro da lista geral, que tem ainda o indiano Lakshmi Mittal (Mittal Steel) em quinto, com US$ 32 bilhões.
Slim está no Brasil com investimentos na Embratel e parte do capital da Net e da operadora de telefonia móvel Claro. O fundador da Microsoft, Bill Gates (US$ 56 bilhões) continua, pela 13ª vez consecutiva, sendo o homem mais rico do mundo. O segundo é o megainvestidor Warren Buffett (US$ 52 bilhões).