A transformação das mobilizações populares em trunfo para o desenvolvimento do país é o tema da nova edição do Fórum Nacional, evento promovido, há vinte e seis anos, com o objetivo de discutir ideias para a modernização do Brasil. Organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), o evento ocorrerá a partir da próxima segunda-feira, 12, no Rio de Janeiro.

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Os movimentos de rua serão analisados pelo cientista político Marcos Coimbra, durante o evento que, pela primeira vez, sairá da sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ocupará as instalações da Caixa Cultural, no centro do Rio de Janeiro.

Presidente do Fórum Nacional, superintendente-geral do Inae e ex-ministro, João Paulo dos Reis Velloso, as manifestações populares que ganharam força no país, a partir de junho do ano passado, podem trazer ganhos para o desenvolvimento do Brasil. "Nós temos que analisar a situação para poder propor soluções", frisou.

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Ele interpretou a realização dos protestos como sinal da existência de uma crise sociopolítica. "Porque são manifestações em todos os cantos do país". Para o ex-ministro, isso significa que o povo brasileiro está pouco confiante nas suas instituições. Ele acredita que os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário têm que estar mais atentos à sociedade e esta, por sua vez, "tem que se manifestar mais", embora "sem violência", para defender o interesse público.

Os especialistas que participarão da nova edição do Fórum Nacional debaterão o que pode ser feito para que o Brasil possa crescer com mais pujança no cenário atual. Reis Velloso definiu o novo Brasil que se procura conquistar a um país das reformas e das oportunidades. A ideia é que, a partir das reformas que serão propostas e de pelo menos 15 grandes oportunidades que vão ser apresentadas durante o fórum, a economia possa crescer pelo menos 5% ou 6% ao ano.

"E possamos colocar o Brasil na rota dos países desenvolvidos no espaço de, pelo menos, uma geração, como já fez a Coreia, que era o nosso grande concorrente nos anos de 1970 e, hoje, é um país desenvolvido e está na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico [OCDE], enquanto nós estamos entre os emergentes", criticou. Dentre as reformas necessárias para o desenvolvimento brasileiro, o ex-ministro citou a da educação, seguida das reformas tributária, política, previdenciária e trabalhista, entre outras.

A sessão de abertura, programada para a próxima segunda-feira (12), à tarde, abordará a visão estratégica para que o Brasil encontre novos caminhos para as políticas macroeconômicas, dê salto na competitividade internacional, em especial na área industrial, passando pela economia do conhecimento, tecnologia e inovação, que o ex-ministro chama de "nova revolução industrial".

A solenidade deve contar com a participação do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e dos ministros Guido Mantega, da Fazenda, Mauro Borges, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e Marcelo Neri, da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Os presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e da Nissan do Brasil, François Dossa, também participarão da abertura do fórum.

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As discussões sobre os diferentes temas envolvendo especialistas, autoridades governamentais e representantes dos setores empresarial e acadêmico prosseguirão até a quarta-feira, 14.