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Crescimento lento

Fórum econômico de Davos termina com otimismo morno sobre economia

O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin
O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, em participação no Fórum Econômico Mundial de 2020. (Foto: Fabrice Coffrini/AFP)

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Com um toque de moderado otimismo sobre a economia global, o Fórum Econômico Mundial encerrou nesta sexta-feira sua reunião anual em Davos.

Com a trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China, diminui o risco de mais um ano de perdas no comércio internacional. O Brexit, divórcio entre Reino Unido e União Europeia, deve ser mais tranquilo do que se temia até há pouco tempo. Na Europa, a produção industrial parece ter batido no fundo do poço e dá sinais de reação. O crescimento alemão continua firme e o susto do ano passado, quando houve uma perda de ritmo, parece assunto encerrado. A economia americana permanece em expansão. A atividade se intensifica em economias emergentes e em desenvolvimento. Mas a inflação continua muito baixa na Europa e no Japão e, além disso, ainda há o risco de problemas financeiros num mundo de juros muito baixos e até negativos.

Esse quadro geral foi desenhado na última sessão do fórum por cinco das mais importantes autoridades financeiras do mundo: o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin; a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde; a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva; o presidente do Banco Central do Japão, Haruhiko Kuroda; e o ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz.

Questão ambiental opôs secretário norte-americano e presidente do BCE

Os problemas ambientais, assunto de maior destaque no programa do fórum neste ano, foram introduzidos no fim do painel. O tema foi proposto pelo apresentador da sessão, uma figura também destacada no mundo das finanças. O economista chinês Zhu Min ocupou, entre outros postos importantes, a vice-diretoria-geral do FMI e atualmente preside, em seu país, o Instituto Nacional de Pesquisas Financeiras.

Os convidados cumpriram o roteiro. De forma previsível, o secretário americano declarou-se preocupado, tanto quanto o presidente Donald Trump, com questões como a qualidade do ar, mas sempre negando o aquecimento global e a chamada emergência ambiental. Lagarde, mais uma vez, mostrou levar a sério a crise ambiental e mencionou o esforço dos economistas para integrar esse tema na análise econômica. Das três motivações em geral exploradas no marketing, observou, só uma, o sexo, é desvinculada do problema ambiental. O medo tem ligações evidentes e manifesta-se, por exemplo, quando se trata da extinção da biodiversidade. A terceira, a ambição (ou ganância), tem efeitos destruidores e envolve participantes como os formuladores de política econômica, o setor financeiro e as empresas.

Mnuchin falou das dificuldades de precificar as questões ambientais e da necessidade de pensar nas áreas mais pobres, onde milhões de pessoas nem sequer têm acesso à eletricidade. Quando a discussão pareceu esquentar, Zhu Min interferiu como pacificador entre sua ex-chefe no FMI e o secretário americano.

O ministro Olaf Scholz mostrou otimismo quanto ao crescimento alemão e mencionou a decisão de seu governo de facilitar a imigração de trabalhadores qualificados para reforçar uma oferta considerada insuficiente. Kuroda, do Banco Central do Japão, disse esperar a continuidade do crescimento econômico de 1,5%, mantido há alguns anos e, com em outros painéis, mencionou a inflação japonesa ainda abaixo da meta de 2% ao ano.

De modo geral, o painel confirmou o cenário apresentado no começo da semana. A economia está melhor, mas o crescimento global permanece lento, devendo passar de 2,9% no ano passado para 3,3% neste ano e 3,4% no próximo.

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