Embora dê visibilidade internacional para a pequena cidade de 13 mil habitantes nos Alpes suíços, o Fórum Econômico Mundial é deficitário para a administração pública de Davos, afirma o prefeito Hans Peter Michel.
Segundo ele, o evento custa 38 milhões de francos suíços (cerca de R$ 60 milhões) para a prefeitura, mas o governo local obtém com patrocinadores somente cerca de 8,5 milhões de francos suíços (quase R$ 17 milhões).
O dinheiro é usado na contratação de pessoal e na infraestrutura urbana necessária para receber os 2,5 mil participantes do fórum, oriundos de 96 países.
Mas, se para a prefeitura o evento é deficitário, turismo lucra com a passagem de grandes empresários e políticos pelos hotéis da cidade.
"Os bons hotéis, de quatro e cinco estrelas, acumulam durante esta semana mais de 20% do faturamento anual. Por causa disso, há uma certa dependência, mas, se não houvesse o fórum, haveria outros visitantes, que talvez não pudessem pagar tanto [pela estadia]", afirma o prefeito.
Embora afirme que financeiramente o fórum não compensa para a prefeitura, em razão dos custos elevados com organização e manutenção do evento, Michel afirma que a cidade obtém um retorno indireto, por meio do aumento de arrecadação durante o período.
Por isso, segundo ele, o fórum seguirá ocorrendo em Davos. "Assinamos um contrato para continuar pelos próximos dez anos na cidade", disse.
Mas Michel diz acreditar que não será fatal se um dia a cidade deixar de ser sede do encontro.
"O que se pode dizer é que, para a comunidade, certamente não vale a pena, do ponto de vista estritamente econômico. Mas vale a pena para Davos como um todo. Se o fórum ficar aqui, se houver o crescimento, novos hotéis virão e, assim, haverá dinheiro, no sentido de geração de empregos. Ou seja, há o retorno financeiro. Portanto, é um retorno indireto", afirmou o prefeito.
Crise financeira
Sobre a crise financeira internacional, que atinge a maioria dos países do mundo, Michel disse que a cidade ainda não sentiu as conseqüências.
"Nós tivemos uma temporada excepcional até agora. As reservas para março e abril e depois estão piores do que no ano passado, mas, na média anual, acreditamos que este ano deve ficar praticamente igual. Mais para a frente, não sabemos. Será menor do que os anos recordes que tivemos 2008 e 2007 -, mas ainda será um bom ano", disse.