• Carregando...

Curitiba – Reduzir os contrastes sociais e econômicos entre a região mais rica do estado e duas menos desenvolvidas será o grande desafio da próxima etapa do Fórum Futuro 10 Paraná. Cerca de 1,2 mil lideranças se reúnem na capital paranaense, na próxima terça-feira, para debater os pontos fortes e projetos para o desenvolvimento de 36 municípios da região metropolitana de Curitiba (RMC), litoral paranaense e Vale do Ribeira.

De um lado, está a pujança econômica da região metropolitana, decorrente do processo de industrialização iniciado na segunda metade da década de 70. Na outra ponta, estão o litoral, pouco desenvolvido, e o Vale do Ribeira, que tem um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. "O grande problema do Brasil, especialmente nessa região do Paraná, é a concentração de renda", diz a pesquisadora do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) Maria Luiza Marques Dias. Números da economia confirmam essa tese. De acordo com dados do Ipardes, as cidades de Curitiba, São José dos Pinhais e Araucária – todas na RMC – concentram 28,5% de toda a riqueza produzida no estado.

A região do Vale do Ribeira, por sua vez, tem uma economia pouco desenvolvida, baseada na indústria madeireira e na extração mineral. "A região tem a topografia ‘dobrada’, muito acidentada, que dificulta a atividade agrícola", diz o pesquisador do Ipardes Gilmar Mendes Lourenço. Segundo ele, o Vale do Ribeira nunca experimentou um período de desenvolvimento, diferentemente do que aconteceu com as outras regiões do estado, impulsionadas pela agropecuária.

A partir de 1975, a política de industrialização de Curitiba atraiu grandes empresas para a cidade e entorno. Na segunda metade de 1990, houve outro grande momento da indústria na RMC, com a instalação de empresas automobilísticas. Com as montadoras, vieram os fornecedores. O investimento aqueceu outros setores industriais e de serviços. "Agora estamos verificando o fortalecimento do comércio", afirma o prefeito de São José dos Pinhais, Leopoldo Costa Meyer.

O Vale do Ribeira e o litoral, apesar da proximidade física, não se beneficiaram com o processo de industrialização. Tunas do Paraná, por exemplo, fica apenas a 73 quilômetros da capital, mas está na 392.ª posição do ranking do PIB dos 399 municípios do estado. "Os investimentos experimentaram uma trajetória crescente, mas se concentraram na região metropolitana", diz Lourenço. "A falta de qualificação da mão de obra e a infra-estrutura precária foram fatais para o Vale do Ribeira", completa Maria Luiza.

A falta de recursos se refletiu nas condições de vida da população. Com uma base produtiva deficiente e baixa arrecadação, a maioria das prefeituras do Ribeira e litoral depende de repasses do governo federal e estadual. "Como 25% do orçamento vai para educação e 15% para a saúde, sobra muito pouco para investirmos em infra-estrutura e atrair novos investimentos", diz o prefeito de Matinhos, Francisco Carlim dos Santos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]