Raio X
O encontro de movimentos sociais começa hoje e vai até 1º de fevereiro.
Público esperado - mais de 100 mil pessoas, de 4 mil organizações e 150 países
Investimentos públicos - R$ 145,3 milhões, para infraestrutura, segurança e saúde
Principais convidados
Presidentes
Luiz Inácio Lula da Silva - Brasil
Hugo Chávez - Venezuela
Evo Morales - Bolívia
Fernando Lugo - Paraguai
Rafael Correa - Equador
Ministros
Dilma Rousseff - Casa Civil
Carlos Minc - Meio Ambiente
José Gomes Temporão - Saúde
Fernando Haddad - Educação
Ativistas
Mustafa Barghouti - parlamentar palestino
Michel Löwy - sociólogo e filósofo franco-brasileiro
Samir Amin - economista egípcio
Outras edições
2001, 2002, 2003 e 2005 - Porto Alegre (RS)
2004 - Mumbai (Índia)
2006 - Caracas (Venezuela), Bamaco (Mali) e Karachi (Paquistão)
2007 - Nairóbi (Quênia)
O Fórum Social Mundial (FSM), que começa hoje em Belém (PA), tem na crise econômica global um prato cheio. Criado como uma antítese ao Fórum Econômico Mundial, que reúne empresários e economistas em Davos, na Suíça, o FSM se caracteriza pela crítica contundente à globalização e ao modelo econômico liberal.
Desde sua primeira edição, em 2001, em Porto Alegre, o Fórum Social se posicionou contra o que classificou como "ordem econômica dominante no mundo" e combateu o que chama de "globalização do capitalismo selvagem e neoliberal".
Agora que o capitalismo entrou em uma de suas piores crises após a queda de boa parte do sistema financeiro mundial, essas críticas ganharam mais força e prometem dominar boa parte dos debates da 9ª edição do FSM, que vai até 1º de fevereiro. "A crise estará no centro dos debates e não pode ser de outra maneira", disse Cândido Grybowski, membro do comitê internacional do fórum.
"É muito difícil prever" o que podem dizer sobre a crise os representantes dos cerca de 1,5 mil movimentos sociais de todo o mundo que se reunirão em Belém, disse o sociólogo.
Na opinião de Grybowski, algumas das exigências que o Fórum Social colocou desde 2001 já se cumpriram, devido à dimensão da crise. "O fórum pedia que os governos tivessem a iniciativa, que houvesse uma subordinação maior da economia ao poder público e à sociedade civil", opinou.
As dificuldades que o fórum pode encontrar na hora de discutir a crise também foram apontadas pelo suíço Peter Niggli, diretor da Aliança Sul, que reúne movimentos europeus. "Será interessante ver se as organizações são capazes de formular mais claramente suas propostas para mudar a direção da economia" disse.
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, membro do comitê internacional do fórum, considerou que o encontro está obrigado a apresentar "uma postura clara e visível sobre como solucionar a crise". A eliminação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional está entre suas propostas.
Investimento
A edição deste ano do fórum atrairá o maior volume de investimentos estatais desde a criação do encontro. Para capacitar a capital paraense de infraestrutura, segurança e atendimento médico adequado aos mais de 80 mil participantes já inscritos, entre eles 3 mil índios, os governos federal e estadual e a prefeitura gastarão ao menos R$ 145,3 milhões.
Segundo a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), o recorde anterior pertencia à última edição realizada no Brasil, a de Porto Alegre (RS) em 2005, que teve 155 mil participantes e recebeu cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos.
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