A Petrobras fez descobertas relevantes na Bacia Sergipe-Alagoas, mas não está no momento de divulgar números, disse nesta sexta-feira (27) a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, durante coletiva de imprensa no Rio de Janeiro. Ela também disse, após se reunir com a presidenteDilma Rousseff, que não tem previsão de aumento do preço de combustível no curto prazo.
A reunião com Dilma teve ainda a presença do ministro de Minas e Energia Edison Lobão e aconteceu em Brasília. O tema da reunião foi o leilão de Libra e a criação da estatal que vai gerir o pré-sal, a PPSA, disse Lobão. Segundo ele, o governo tem pressa para criar a empresa, que estará envolvida em qualquer consórcio vencedor da concessão de Libra, maior descoberta de petróleo do Brasil, que será leiloada em outubro. Até a próxima semana deve ser definido o nome de quem vai chefiar a PPSA.
SEAL-11
Nesta quinta-feira (26), a agência de notícias Reuters divulgou que uma campanha exploratória na costa de Sergipe mostra que uma área controlada pela Petrobras e um parceiro indiano possivelmente possui mais de um bilhão de barris de petróleo. A informação é baseada em fontes do governo e da indústria, reforçando esperanças de que a região se tornará em breve a maior nova fronteira petrolífera do país.
A Petrobras e a IBV Brasil, uma joint venture igualmente dividida entre as indianas Bharat Petroleum (BPCL) e a Videocon Industries, avaliaram que o bloco marítimo de exploração SEAL-11 contém grandes quantidades de gás natural e petróleo leve de alta qualidade, segundo cinco fontes do governo e da indústria com conhecimento direto sobre os resultados da perfuração.
O bloco SEAL-11 e suas áreas adjacentes, a 100 quilômetros da costa do Estado de Sergipe, podem conter mais de 3 bilhões de barris de petróleo "in situ", segundo duas das fontes. Se confirmada, a descoberta seria uma das maiores do ano no mundo. A Petrobras detém 60% do SEAL-11, enquanto a IBV possui 40%.
A Petrobras tem apostado, desde que comprou os direitos de perfurar a área há uma década, que as águas de Sergipe possuem grandes quantidades de petróleo e gás. Como operadora do bloco, a Petrobras registrou descobertas na área junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nos últimos anos, conforme é exigido por lei, mas ainda tem que anunciar suas estimativas sobre o tamanho potencial da reserva. A última perfuração deixa claro o quão grande a descoberta pode ser, disseram as fontes.
A área, onde a Petrobras está agora perfurando poços de avaliação, também oferece a oportunidade de aumentar a produção brasileira, com reservas de perfuração mais fácil e barata do que no pré-sal, gigantesca reserva em águas profundas, no litoral do Sudeste brasileiro. A primeira produção em SEAL-11 e suas áreas adjacentes é esperada para 2018, disse a Petrobras em nota.
"Sergipe, sem dúvidas, tem um grande potencial e excelentes perspectivas", disse à Reuters uma fonte do governo brasileiro com conhecimento direto sobre as descobertas da Petrobras e da IBV e de seus planos de desenvolvimento. "Eu diria que Sergipe é a melhor área do Brasil em termos de perspectiva depois do pré-sal."
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