A Foxconn International Holdings, que fabrica o iPhone, anunciou que buscará preços mais altos junto a seus clientes a fim de compensar os aumentos de salários concedidos em um complexo industrial no sul da China que enfrentou uma onda de suicídios.
Em reunião com acionistas em Hong Kong, a primeira desde as mortes, executivos da Foxconn disseram que a empresa esperava chegar a um consenso com os clientes neste mês.
A taiuanesa Hon Hai, controladora da Foxconn com uma lista de clientes que inclui Apple, Dell e Hewlett-Packard, vem enfrentando dificuldades causadas pelos 10 suicídios ocorridos nos últimos cinco meses entre operários da empresa.
Os suicídios e a controvérsia surgiram em meio à crescente inquietação dos trabalhadores do sul da China, a principal região industrial do planeta, onde milhares de trabalhadores vindos do interior pobre do país fabricam bens para as maiores empresas mundiais.
Em assembleia de acionistas, em Taipei, Terry Gou, presidente do conselho da Hon Hai, defendeu a companhia que fundou em 1974, afirmando que um relatório solicitado por ele não havia demonstrado conexões claras entre os suicídios e problemas de trabalho.
"Temos de carregar essas 12 cruzes, não resta outra opção," disse Gou aos acionistas, em referência aos 10 suicídios e duas outras tentativas frustradas.
Mas, sinalizando futuras mudanças, o homem mais rico de Taiwan afirmou que a empresa estava procurando localidades em Taiwan para transferir parte da produção chinesa, que passaria a ser conduzida em fábricas automatizadas locais. Ele disse esperar que as autoridades da China administrem os alojamentos de operários da empresa naquele país.
Analistas consideram que as margens ínfimas de lucro de que a Foxconn e a Hon Hai desfrutam seriam provavelmente pressionadas antes que as empresas consigam repassar a elevação de custos.
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