O Centro de Energias Renováveis de Foz do Iguaçu integrará a rede internacional da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi). Com sede no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), o futuro centro de tecnologia será o primeiro do gênero na América Latina e o primeiro no mundo com ênfase em biogás. Atualmente já fazem parte do grupo China, Itália, Turquia, Índia e Cabo Verde cada país atua no desenvolvimento de setores específicos da produção de energia renovável, entre elas a solar, a hidrelétrica e a gerada pelo hidrogênio. A apresentação do centro contou com a presença do diretor técnico da Onudi, Dmitri Piskounov.
A criação de um centro com o selo da Onudi será importante para a troca de informações, para angariar recursos e organizar as pesquisas com o biogás por diferentes institutos, concentrando os esforços, além de tornar a região referência mundial no assunto, destaca o superintendente da Assessoria de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Júnior. "Já conseguimos que o biogás seja contemplado como política pública nacional. O novo centro ajudará a organizar o setor e dará credibilidade ao biogás", ressaltou.
Proposto em junho do ano passado, o projeto de criação do núcleo deve ser formalizado até o fim de abril. Uma das experiências desenvolvidas na região e que chamou a atenção da organização é a de produção de biogás no Condomínio de Agroenergia para a Agricultura Familiar, na Bacia do Rio Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon. No total, 34 propriedades fazem parte da iniciativa. Estima-se que a produção de energia térmica, elétrica e veicular possa render R$ 270 mil por ano aos produtores rurais.
Caracterizada pela intensa atividade agropecuária, a região, aponta Bley, ainda subutiliza seu potencial energético. Só o aproveitamento dos dejetos da produção agropecuária brasileira, em conjunto com o esgoto urbano e o lixo orgânico, permitiria a geração de 470 milhões de quilowatts-hora (kWh) por ano, o equivalente a metade da produção de energia de Itaipu.
"O biogás é a fonte de energia renovável mais disponível na América Latina, e uma das mais baratas. Aproveitados, além da economia, estes resíduos deixam de emitir milhões de toneladas de gás metano e de poluir cursos de água e o solo", afirma o superintendente.