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Medicamentos

Fração pode ser obrigatória

Se aprovado, o Projeto de Lei n.º 7.029, que tramita na Câmara dos Deputados desde 2006, tornará compulsória a produção e venda de remédios de forma fracionada em todo o país. A medida, no en­­tan­­to, divide opiniões. Repre­sen­tantes da indústria farmacêutica se opõem à mudança, por entender que a não popularização dos medicamentos fracionados está relacionada a questões de mercado e de re­­gulação sanitária. Segundo o Sin­dicato da Indústria de Produtos Far­macêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfar­ma), "decretos não resolvem questões complexas como a introdução do fracionamento de medicamentos no Brasil".

Já os órgãos de defesa do consumidor apontam que, se aprovada, a iniciativa pode beneficiar não apenas o bolso do consumidor. "O risco de se ter remédio sobrando em casa vai além do desperdício. Há sempre o risco da automedicação, quando o paciente decide tomar por conta própria um remédio que sobrou de um tratamento anterior, o que nem sempre é o mais correto", explica a advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Juliana Ferreira. "Além disso, há o perigo de acidentes com crianças e do descarte irregular desses medicamentos."

Ela diz que o argumento da indústria não é correto. "Quem produz tem a opção de comercializar um produto ou não. Já a forma como ele é comercializado, em especialmente quando se trata de questões de saúde, pode ser regulamentada", defende.

A advogada defende ainda uma ação coordenada do governo e conselhos profissionais de saúde para o incentivo da prescrição dos remédios fracionados. "É um caminho para ajudar a política de fracionamento. O consumidor pode fazer sua parte pedindo ao seu médico que receite os fracionados, dando preferência às farmácias que co­mercializam o remédio desta forma."

O projeto de lei foi aprovado na Comissão de Seguridade Social da Câmara e aguarda análise na Co­­missão de Constituição e Justiça. Se aprovado o projeto segue para o Se­­nado e, se aprovado sem emendas, segue para sanção presidencial, caso contrário, volta para o Plenário da Câmara. O relator do pro­­jeto, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), acredita que o projeto será aprovado ainda em 2011.

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