A França recebeu fogo pesado nos mercados globais nesta terça-feira (15), em reflexo aos temores de que a segunda maior economia da zona do euro esteja sendo engolida pela crise de débito após um aviso de que a incapacidade de Paris de se adaptar deveria estar "fazendo soar o alarme". Mercados nervosos também demonstraram se preocupar se Mario Monti e Lucas Papademos, novos líderes de Itália e Grécia respectivamente e tecnocratas sem mandato nem base política doméstica, podem impor medidas de austeridade severas e reformas econômicas. Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, previu que o bloco de 17 países com moeda comum estará em uma recessão amena até o fim do ano, visão sublinhada por dados que mostram que a economia mal cresceu no terceiro trimestre e se depara com uma curva descendente acentuada. "Os riscos de uma recessão técnica aumentaram, e acreditamos que a economia da Alemanha encolherá pelo menos em um trimestre, mais provavelmente no primeiro trimestre do ano que vem", disse o economista Michael Schreder, do instituto de pesquisa econômica alemão ZEW. Nos mercados, o retorno dos títulos italianos com vencimento de dez anos disparou acima dos 7 por cento, empurrando os custos de empréstimo a um nível visto por muitos como insustentável no longo prazo, o que ajudou a desencadear a queda do governo de Silvio Berlusconi no final da semana passada. O Tesouro da Espanha pagou dividendos não vistos desde 1997 para vender papéis de 12 e 18 meses. O retorno dos títulos da França com vencimento de dez anos subiu cerca de 50 pontos base na semana passada, forçando o spread sobre os títulos ultrasseguros da Alemanha a um recorde da era do euro - 173 pontos base. Os bancos franceses estão entre os maios detentores da dívida pública italiana de 1,8 trilhão de euros. A urgência para solucionar a crise de débito foi ressaltada pelo relatório de um respeitado centro de estudos dizendo que a França, que tem nota triplo A, também deveria estar "fazendo soar o alarme da zona do euro", já que não conseguiu fazer ajustes rápidos em sua economia. Em Nova York, o índice de ações futuras despencou na manhã de terça-feira depois do aumento no retorno de títulos europeus, queda causada pelos temores nos Estados Unidos de que a crise da dívida europeia está ganhando proporções de um problema sistêmico mais amplo.
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