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Crise

França cria imposto para quem ganha mais de 500 mil euros ao ano

O Governo francês decidiu nesta quarta-feira aumentar a pressão fiscal sobre os grandes salários do país com a criação de novo imposto de 3% sobre os ganhos dos que recebem quantias superiores a 500 mil euros anuais.

"Trata-se de uma imposição excepcional cuja duração está fixada até que se consiga alcançar o objetivo de 3% do déficit. Quando alcançarmos esse objetivo (programado para 2013), a medida será suprimida", informou o primeiro-ministro francês, François Fillon.

Anunciada nesta quarta-feira, a oito meses das próximas eleições presidenciais, a medida chega um dia depois que 16 das maiores fortunas francesas pedissem ao governo que impusessem a eles um imposto especial para contribuírem à saída da crise que atinge o país.

Entre os apoiadores figuram o presidente da L'Oréal e a acionista majoritária, os donos da companhia petrolífera Total, o grupo hoteleiro Accor, o empresa do setor laticínios Danone, o banco Société Générale, o operador de comunicações Orange, a companhia aérea Air France-KLM e o fabricante automobilístico PSA Peugeot-Citröen.

Os ricos franceses que assinam o pedido se somam às declarações de alguns milionários que, a título pessoal, haviam expressado em seus últimos dias seu desejo de contribuir de maneira excepcional ao erário, seguindo o caminho marcado nos Estados Unidos pelo magnata Warren Buffett.

O imposto aos franceses com receitas mais altas faz parte do plano anunciado nesta quarta-feira para economizar 12 bilhões de euros de déficit público entre 2011 e 2012 e garantir o cumprimento dos objetivos de déficit máximo de 5,7% neste ano, 4,5% em 2012 e 3% em 2013.

A iniciativa governamental foi apresentada com um rebaixamento das previsões do Executivo sobre o crescimento econômico francês, que será de 1,75% em 2011 e 2012, e não de 2% e de 2,5%, respectivamente, segundo as últimas estimativas governamentais.

Fillon anunciou outra série de medidas, entre as quais contempla a modificação do imposto sobre sociedades, a supressão de alguns "nichos fiscais" e o aumento da pressão fiscal sobre alguns rendimentos de capital e sobre as vantagens fiscais de certos investimentos imobiliários destinados aos serviços.

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