O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e a ministra de Comércio Exterior da França, Christine Lagarde, se mostaram pessimistas em relação à possibilidade de um acordo esta semana nas negociações de liberalização comercial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra.

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Em ritmo de Copa do Mundo, Lagarde disse que os países europeus "estão no seu campo" e "esperando a bola". Ela acusou os grandes países emergentes, como o Brasil, de jogarem na retranca. Já os Estados Unidos, cuja seleção foi eliminada do Mundial, estão "totalmente impedidos".

Mais de 60 ministros dos 149 países da OMC iniciaram nesta sexta-feira o segundo dia de reuniões, em Genebra, para tentar determinar as cifras e fórmulas para aplicar reduções alfandegárias às importações de bens agrícolas e industriais.

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Amorim, por sua vez, afirmou que não vê progresso até agora nas negociações entre os principais participantes.

- Eu não sinto, até agora, qualquer progresso significativo - disse Amorim a jornalistas após uma reunião entre os negociadores de Austrália, Brasil, União Européia, Índia, Japão e Estados Unidos na OMC.

Amorim afirmou que, pelo que tinha visto até o momento em Genebra, não acredita que um avanço seja possível nas atuais negociações, que têm previsão de encerramento no domingo.

O diretor-geral da Organização Mundial do comércio (OMC), Pascal Lamy, disse que as negociações necessitam de um "mudança radical" imediata ou fracassarão.

- Se as coisas não mudarem radicalmente nas próximas horas, vamos fracassar - disse Lamy.

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Em um discurso duro, Lamy afirmou que "neste momento não está claro se estão sendo realizadas negociações reais" sobre os assuntos em discussão. Ele insistiu que os países devem levar as negociações até um ponto em que se possa redigir um rascunho com números das reduções alfandegárias e de subsídios.