A Alemanha e a França declararam nesta segunda-feira que a Europa tomou uma medida decisiva para salvar o euro ao resgatar a Irlanda e delinear os fundamentos de um sistema permanente de resolução de crise, mas os investidores não estavam convencidos.
Sob pressão para conter as ameaças à moeda única antes da abertura dos mercados e impedir o contágio de Portugal e Espanha pela crise, ministros da União Europeia endossaram o pacote de 85 bilhões de euros aprovado no domingo para ajudar Dublin a cobrir dívidas bancárias e o déficit público.
Também foi aprovado o esboço de um Mecanismo Europeu de Estabilidade de longo prazo, baseado em uma proposta da França e da Alemanha, que criará um mecanismo permanente de resgate e fará com que o setor privado partilhe gradualmente o fardo de qualquer moratória futura.
"Essa é uma medida que não é simplesmente uma ação única adotada em resposta a uma crise importante. Ela forma parte da determinação absoluta da Europa -- da França e da Alemanha -- para salvar a zona do euro", disse François Baroin, porta-voz do governo francês, à rádio Europe 1.
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, disse que agora que a clareza foi alcançada, "nós esperamos pela calma e realidade dos mercados financeiros". Segundo ele, a especulação dos investidores contra países da zona do euro foi quase irracional.
A ministra da Economia francesa, Christine Lagarde, declarou que os mercados "irracionais" não estão precificando corretamente os ricos de dívida soberana na Europa.
A reação inicial do mercado ao acordo era negativa. O euro atingiu a mínima em dois meses de 1,3183 dólar, antes de se recuperar para operar perto dos níveis de sexta-feira.