A França, líder atual do G-20, e a FAO, órgão da ONU para alimentação e agricultura, avisaram na sexta-feira que existe o risco de uma nova crise global de alimentos e de tumultos dela decorrentes, pedindo regulamentação maior para frear a especulação nos mercados de commodities.

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O aviso foi lançado um dia depois de a FAO anunciar que seu índice global de preços de alimentos chegou a um nível recorde em janeiro, após o sétimo mês consecutivo de alta.

A FAO disse que é provável que os preços subam ainda mais, porque os estoques de grãos e outras commodities agrícolas principais estão baixos e o mau tempo em países produtores chaves coloca em risco as novas safras.

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"Compartilhamos a opinião de que existe hoje um risco real de crise global de alimentos", disse o ministro francês da Agricultura, Bruno Le Maire, em coletiva de imprensa conjunta com o diretor da FAO, Jacques Diouf.

A alta dos preços dos alimentos voltou a chamar a atenção depois de ter ajudado a fomentar protestos que derrubaram o presidente da Tunísia em janeiro e contagiaram o Egito e a Jordânia. Especula-se que outros países da região possam proteger seus estoques de grãos para tranquilizar suas populações.

Sem citar países específicos, Le Maire e Diouf explicitaram o risco de que a alta dos preços dos alimentos possa suscitar mais tumultos, pedindo a adoção de medidas estruturais para frear a volatilidade dos preços, entre elas o aumento da regulamentação do mercado.

A França e a FAO afirmam que a especulação financeira nos mercados de commodities está contribuindo para a alta dos preços.

A França priorizou a questão dos preços voláteis dos alimentos na agenda do G20 e convocou uma reunião de ministros da Agricultura do grupo para junho, em Paris, para discutir medidas concretas.

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