A ministra francesa da Economia, Christine Lagardère, disse no sábado que os países produtores de petróleo deveriam aumentar suas capacidades tanto de produção quanto de exploração, para fazer frente ao aumento dos preços.
Falando após uma reunião com empresas de produção e distribuição petrolífera, Lagardère propôs que a questão seja discutida numa reunião de ministros das Finanças da União Européia, segunda-feira, em Bruxelas, e numa reunião do G20, na África do Sul, no fim da próxima semana.
"Estamos hoje num mercado em que a demanda é extremamente forte e vai continuar forte ... e em que a oferta é restrita", disse ela em coletiva de imprensa.
Lagardère disse que deseja que seus colegas da UE e do G20 foquem "especialmente a necessidade de os países produtores aumentarem suas capacidades de exploração e operação."
A ministra também anunciou que vai dobrar -de 75 euros para 150 euros (220 dólares)- o auxílio-combustível anual concedido a cerca de 175 mil famílias de baixa renda.
O executivo-chefe da empresa petrolífera francesa Total, Christophe de Margerie, disse a jornalistas após a reunião que o salto nos preços do petróleo não beneficia a ninguém.
Ele rejeitou a sugestão de que sua empresa deveria pagar um imposto adicional sobre seus lucros petrolíferos, dizendo que ela precisa do dinheiro para seu programa de investimentos.
"As pessoas falam muito sobre nossos resultados. Precisamos desse dinheiro para investir", disse ele. "Hoje estamos investindo cerca de 12 bilhões de euros por ano no setor petrolífero. Isso é um pouco menos que o total de nossos lucros."
Na semana passada a Total anunciou um lucro de cerca de 3 bilhões de euros no terceiro trimestre - uma queda de 3 por cento, devida à redução dos preços do gás, à queda das margens de lucros do refino e ao dólar mais fraco.
O preço do petróleo ultrapassou os 96 dólares o barril na sexta-feira e parece estar rumando para um valor superior a 100 dólares. O preço do óleo cru em Nova York aumentou mais de 25 por cento desde o início de agosto e se multiplicou por quatro nos últimos cinco anos.Assine O Globo e receba todo o conteúdo do jornal na sua casa