O primeiro-ministro da França, Jean-Marc Ayrault, disse ontem que as reformas para tornar a indústria do país mais competitiva vão ser implantadas ao longo de dois a três anos. O governo francês encomendou um relatório de Louis Gallois, ex-executivo-chefe da European Aeronautic Defense & Space Co. (EADS), sobre como tornar a indústria do país mais competitiva. Mais cedo este ano, Gallois havia dito que a França precisa de um "choque de competitividade" com a eliminação de cerca de 50 bilhões de euros (US$ 65 bilhões) anuais em impostos sobre folha de pagamento pagos pelos empregadores.
Falando à rádio francesa Europe 1, Ayrault afirmou que o governo vai receber o relatório de Gallois no próximo dia 5 e realizar um seminário logo depois a fim de trabalhar em um projeto visando à competitividade. No entanto, ele descartou tomar uma série de medidas de uma só vez.
"É a indústria que está em problemas, não todos os nossos negócios. É um programa que poderia ser implementado ao longo de dois ou três anos", disse Ayrault. "Há medidas que precisam ser tomadas uma após a outra." O primeiro-ministro não detalhou quais medidas seriam tomadas para melhorar a competitividade das empresas.
Ayrault também repetiu que a França deve atingir sua meta de reduzir o déficit para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) até no fim de 2013 após uma projeção de 4,5% este ano.
Arte
Ayrault recuou ontem na tentativa de incluir obras de arte no imposto sobre grandes fortunas. A ideia era incluir objetos de mais de 50.000 euros entre os ativos do patrimônio de uma pessoa. Uma carta assinado pelos chefes do Louvre, Versailles, Musée d'Orsay, Centro Pompidou, entre outros, e enviada para a ministra da Cultura e o presidente François Hollande teve peso na decisão. "Há um risco de que a França irá contribuir para o desaparecimento das coleções históricas que foram passadas através das gerações", afirma o documento.