O candidato francês Dominique Strauss-Kahn foi nomeado nesta sexta-feira (28) diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI). O ex-ministro socialista, que substituirá no cargo o conservador espanhol Rodrigo Rato, vai assumir suas funções em 1.º de novembro.

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Apoiado pela União Européia (UE), Strauss-Kahn venceu o tcheco Josef Tosovsky, candidato apresentado pela Rússia.

"Após as audiências com cada um dos dois candidatos, os administradores avaliaram as forças em jogo e escolheram Strauss-Kahn por consenso", destacou o FMI em comunicado.

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O mandato de Strauss-Kahn será de cinco anos, com direito à reeleição.

A vitória do ministro socialista de Economia e Finanças da França de 1997 a 1999 era esperada, pois tinha recebido o apoio público dos Estados Unidos, além do Brasil, Argentina, Chile e Índia.

Com sua eleição, se mantém o "pacto de cavalheiros" entre a Europa e os Estados Unidos - pelo qual dividiram os cargos de poder no FMI e no Banco Mundial desde sua fundação em 1944 - já que contam com o maior número de votos em seu Conselho Executivo.

Até agora, o diretor-gerente do Fundo sempre foi europeu, enquanto a presidência do Banco Mundial sempre esteve nas mãos de americanos.

Atualmente, Robert Zoellick, ex-braço direito de Condoleezza Rice no Departamento de Estado americano, está à frente do Banco Mundial.

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Ricos e pobres

Preocupado em não parecer "o candidato dos ricos contra os pobres", Strauss-Kahn decidiu esperar no Chile o resultado da votação dos 24 membros do conselho de administração, reunidos na sede da instituição em Washington.

"Para mim é uma alegria, uma honra e uma responsabilidade", disse o candidato francês, destacando em um comunicado "a poderosa legitimidade que lhe dá o amplo apoio que teve, sobretudo nos países emergentes e nos países de baixa renda".

"Estou determinando a trabalhar sem demora nas reformas do FMI para colocar a estabilidade financeira a serviço dos povos, favorecendo o crescimento e o emprego", acrescentou.

Ouro

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Na reunião que manteve com o Conselho Executivo do FMI, no último dia 20, Strauss-Kahn disse estar de acordo com as propostas de um recente estudo encomendado pelo Fundo, que o recomendou investir maior porcentagem de seus recursos e vender "uma parte limitada" de suas reservas de ouro.

Além disso, disse que a instituição, que tem cerca de 2.700 funcionários, deve controlar melhor suas despesas.

Essas medidas buscam resolver os problemas orçamentários do FMI, ocorridos porque secaram suas fontes de financiamento, já que cada vez menos países pedem empréstimos ao Fundo.