O número de franquias brasileiras que atuam no exterior cresceu 40% nos últimos dois anos, segundo uma pesquisa inédita divulgada ontem durante o VII Simpósio Internacional de Administração e Marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Apesar do crescimento, só 5% das franquias nacionais atuam em outro país. Entre as que já estão no exterior, mais da metade opera em apenas um país o que mostra que as franquias estão ganhando experiência para alcançar outras nacionalidades.
A pesquisa da ESPM e da Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostra que em 2010 a base de franquias internacionalizadas cadastradas na Associação Brasileira de Franchising (ABF) era de 65 empresas. Em 2012, segundo o estudo, o número chegou a 92 franquias brasileiras internacionalizadas. Deste total, 16% operam em cinco ou mais países, 29% entre dois e quatro países e 54% das franquias estão atuando em pelo menos um país no exterior o que revela o potencial de crescimento das operações internacionais, segundo Thelma Rocha, Coordenadora do Programa de Mestrado em Gestão Internacional da ESPM.
Mercado local
"Um dos fatores que impede uma maior internacionalização das franquias brasileiras é o mercado nacional, que tem uma capacidade muito grande ainda de crescer", pondera Thelma. O Brasil ocupa o sexto lugar no número de franquias com 93.098 unidades (atrás de Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão, China e Índia). Em número de marcas, o Brasil é o quarto do mundo, com 2.031 marcas de franquias ficando atrás da Coreia do Sul, EUA e China. O estudo da ESPM aponta os principais destinos: Portugal, com 32 marcas, EUA, com 29, e Paraguai, com 21 marcas brasileiras. Os setores com a maior participação no exterior são as franquias de acessórios pessoais e calçados, seguido de escolas de idiomas.
Apesar do aumento da participação brasileira no exterior, o número representa apenas 5% de um total de 1930 marcas nacionais. "É um universo muito pequeno, mas é um processo natural das redes. A partir do momento em que elas têm maturidade no mercado nacional e não têm mais espaço para crescer no país, as empresas buscam o mercado externo. Nos próximos anos as franquias devem continuar a se internacionalizar", prevê Rogério Feijó, gerente de relacionamento da ABF.
Feijó diz ainda que o movimento atual não é novo, mas que está sendo intensificado agora. "Para muitas empresas é a primeira saída internacional, mas depois de elas ganharem aprendizado, conquistam novos mercados. O maior potencial de mercado para as franquias brasileiras está na América Latina", ressalta.