A antecipação de compras por algumas distribuidoras paulistas foi um dos principais motivos do crescimento de 35% nas vendas de álcool pelas usinas em dezembro, que levou à disparada dos preços do produto nas últimas semanas. A afirmação foi feita nesta quinta-feira pelo presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Única), Eduardo Pereira de Carvalho, ao divulgar um balanço da produção do setor em 2005. A razão dessa corrida, segundo ele, foram novas regras da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e da Secretaria de Fazenda de São Paulo que, a partir deste janeiro, impedem a fraude que mistura água no álcool para não recolher ICMS.
- Nós entendemos que uma parcela do aumento inesperado da demanda que tivemos em dezembro, responsáveis em parte pelas pressões adicionais de preço que tivemos nesse período, se deve às compras antecipadas por aqueles que, fraudando o fisco, estavam usando o álcool anidro para torná-lo hidratado sem recolher imposto (ICMS) - acusou Eduardo.
Por determinação da ANP as usinas de álcool passaram a vender às distribuidoras o produto com corante que, misturado à água, torna o combustível alaranjado, denunciando a fraude. Além disso, segundo o presidente da Única, o novo sistema in- formatizado da Secretaria de Fazenda paulista cruza os dados do álcool anidro e da gasolina comprados pelas distribuidoras, fornecidos pela ANP. As distribuidoras só podem adquirir uma quantia equivalente a 25% da quantidade de gasolina que compraram, que é o índice misturado ao álcool.
- Na primeira semana 40 distribuidoras não pediram para comprar álcool. E se não pediram é porque não têm gasolina. Portanto, estão explícitos quem sãos fraudadores - afirmou.