Ouça este conteúdo
A greve dos auditores fiscais da Receita Federal, iniciada após deliberação do Sindifisco Nacional em assembleia no dia 21 de novembro, tem causado impactos profundos no setor de remessas expressas e no comércio exterior brasileiro.
A Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM) informou nesta segunda-feira (9) que a operação padrão adotada desde o dia 26 de novembro está gerando atrasos significativos na liberação de mercadorias na alfândega, prejudicando o fluxo de produtos essenciais e comprometendo a economia.
“Os atrasos não se limitam a produtos de alto consumo, como eletrônicos; eles também afetam mercadorias essenciais, como medicamentos controlados, kits laboratoriais e peças industriais indispensáveis à manutenção de maquinários e até mesmo o transporte de documentos. A situação exige atenção imediata para evitar danos ainda maiores à economia”, alertou Luiz Philippe Orleans Bragança (PL-SP), presidente da FPLM
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Internacional Expresso de Cargas (ABRAEC), os atrasos alteraram a dinâmica de liberação aduaneira, que antes ocorria no mesmo dia da chegada dos voos. Agora, parte dos produtos é liberada no dia seguinte, enquanto outra parcela permanece retida por até sete dias. Entre os itens mais afetados estão medicamentos controlados, kits laboratoriais, peças industriais e documentos urgentes, além de produtos de consumo, como eletrônicos.
A greve também afeta a exportação de mercadorias, gerando prejuízos adicionais para os empreendedores brasileiros. Com armazéns operando próximos à capacidade máxima, os custos de armazenagem, segurança e mão de obra têm disparado, conforme destaca a presidente da ABRAEC, Mirele Mautschke. “Estamos no ápice da movimentação sazonal, e qualquer paralisação nesse momento gera frustração para consumidores e prejuízos para empresas de diversos setores, como tecnologia, aviação civil e têxtil”, disse Mirele.
O movimento grevista foi motivado pela ausência de avanços nas negociações com o Governo Federal sobre reajustes salariais e reestruturação de cargos. Contudo, especialistas apontam a necessidade urgente de um equilíbrio entre as demandas dos auditores e a preservação da economia.
Para Rodrigo Marinho, diretor-executivo do Instituto Livre Mercado (ILM), a situação é crítica. “O impacto gerado neste momento, após a Black Friday e às vésperas do Natal, compromete não apenas negócios, mas também a experiência do consumidor final. É preciso garantir o retorno pleno das atividades essenciais da Receita Federal.”
O setor de remessas expressas, essencial para o comércio exterior, cumpre um papel fundamental como integrador logístico entre países. Diante disso, representantes empresariais e parlamentares apelam por uma solução rápida e equilibrada para evitar danos mais profundos à economia nacional e global.