Cascavel e Foz do Iguaçu A greve dos fiscais federais agropecuários completa dez dias hoje e já afeta a produção nos principais frigoríficos do país. No Paraná, a Globoaves, de Cascavel (Oeste do estado) está alugando caminhões com câmara fria, com capacidade de 25 toneladas cada, para estocar a produção. A empresa abate 200 mil frangos por dia. "É uma alternativa encontrada pela empresa porque parar a indústria agora seria mais caro", diz o diretor industrial do frigorífico, Álvaro Burin.
Responsáveis pela inspeção dos produtos agropecuários e emissão de certificados de sanidade para produtos de origem animal e vegetal, os fiscais estão certificando apenas 30% da produção dos frigoríficos do Paraná. Por isso, as empresas estão sendo obrigadas a estocar o restante. "Nossa capacidade de estoque na indústria está esgotada", diz Burin. No entanto, o diretor descarta, por enquanto, uma redução ou paralisação do abate. "Temos que honrar os nossos contratos de exportação."
A greve também afeta a Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (Coopavel). De acordo com sua assessoria de imprensa, o abate parou ontem, mas deve ser retomado hoje. Normalmente a cooperativa produz 200 mil aves por dia.
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias dos Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, a continuidade da greve pode paralisar as exportações do estado. De acordo com a Associação dos Fiscais Federais Agropecuários do Ministério da Agricultura no Paraná (Affama), no Porto de Paranaguá, houve uma redução entre 20% a 30% na exportação de carnes, como aves, suínos e bovinos.
Sadia, Seara, DaGranja, Diplomata e Frangosul também estão com problemas por causa da greve. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), cerca de 500 contêineres destas empresas estão parados nos portos, especialmente em Santos (SP), Paranaguá (PR), Itajaí (SC) e Rio Grande (RS) os quais concentram cerca de 90% das exportações de carnes do país. Só a Sadia tem 300 contêineres parados o equivalente a 7,2 mil toneladas.
Fronteira
Ainda devido à grave, o pátio da Estação Aduaneira de Interior (Eadi-Sul), de Foz do Iguaçu, ficou lotado ontem com 747 caminhões desse total, 501 depende da vistoria dos fiscais agropecuários. Para evitar filas na BR-277, um terreno vizinho ao porto seco está sendo usado como estacionamento. Boa parte dos veículos que chegou ontem a Eadi estava parada na aduana argentina, em Puerto Iguazú, fronteira com Foz do Iguaçu.
Mesmo indústrias que não têm relação com a agropecuária, como as montadoras de veículos e indústrias de eletroeletrônicos, estão sendo afetadas. Isso porque importam peças em embalagens de madeira que também precisam passar pela inspeção dos fiscais.
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