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logística

Frota aérea própria é boa para Correios, dizem economistas

O Diário Oficial publicou ontem uma medida provisória (MP) que autoriza os Correios a montarem uma empresa de telefonia celular, a terem aviões próprios para o transporte de carga e a investirem na construção do trem-bala. A diversidade de áreas em que a estatal pode atuar chama a atenção de especialistas, que observam a utilidade, por exemplo, de os Correios terem seu próprio serviço de transporte aéreo, mas analisam com ressalvas a sua entrada na construção do trem-bala.

A questão da frota de aviões é importante, na opinião de economistas, tendo em vista os escândalos políticos em que o setor já esteve envolvido. Auditorias de órgãos públicos em licitações e contratos de transportes já arranharam a imagem do órgão e ainda prejudicaram suas entregas. Por essa razão, "internalizar" as atividades pode trazer benefícios à estatal. "Os aviões são importantes ferramentas logísticas e a terceirização deste serviço pode prejudicar a operação dos Correios. Trazer o transporte para dentro da empresa diminui a fragilidade, porque não seriam necessários mais licitações e contratos. A estatal fica independente e mais ágil", analisa o economista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) José Guilherme Vieira.

Para Sérgio Lazzarini, professor associado do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, manter o transporte aéreo em poder dos Correios pode aumentar a garantia das entregas de encomendas. "Isso dá mais vantagens, porque a estatal fica com mais controle sobre suas operações, não fica na dependência de uma empresa terceirizada que possa estar com altas demandas e tendo problemas com as entregas", salienta Lazzarini.

Celular

Entrar no mercado de telefonia móvel também é positivo na opinião do economista, já que, devido à sua alta capilaridade, a companhia pode cumprir uma função social no setor. "É um movimento de acompanhar as novas tecnologias. Com isso, a estatal poderia levar o serviço de celular a lugares que hoje não são rentáveis para as empresas da área", afirma. A companhia seria uma espécie de operadora de celular e isso permitiria que os Correios "alugassem" a rede das operadoras tradicionais, mas usando a marca própria.

A MP autoriza ainda os Correios a operarem no exterior e a serem sócios minoritários de banco postal. Há dez anos o serviço é oferecido pelo Bradesco, mas o contrato expira no fim de 2011. Ontem, foi divulgado o edital para selecionar o novo administrador, que prevê que os Correios também poderão oferecer cartão de crédito e pequenos empréstimos.

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