Maior fabricante de cigarros do país, a Souza Cruz emitiu 210,8 mil toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e) em 2009. De acordo com o inventário de gases de efeito estufa (GEEs) divulgado recentemente pela Key Associados, 84% das emissões são geradas em atividades que existem por causa da empresa, mas não são diretamente controladas por ela coisas como a produção e o transporte do fumo e outras matérias-primas, o transporte dos cigarros e viagens de seus fornecedores. A Souza Cruz diz que 85% de suas emissões são "neutras", porque usa biocombustíveis e biomassa para gerar energia a parte de seus processos e esses insumos "vegetais" absorveram gás carbônico durante seu crescimento. Os 15% restantes são compensados por florestas mantidas pela empresa.
No entanto, em nenhum momento o inventário menciona o impacto do consumo do fumo vendido pela companhia. Estima-se que a fumaça de cada cigarro contenha cerca de 4 gramas de CO2e. Assim, quando fumados, os 72,8 bilhões de cigarros vendidos pela empresa em 2009 jogaram no ar 291,2 mil toneladas de CO2e, mais que toda a quantidade contabilizada pela Key Associados. Em termos de gases de efeto estufa, essa fumaceira corresponde a mais ou menos o que emite uma frota de 90 mil carros a gasolina rodando 15 mil quilômetros por ano.
A boa notícia é que, como o consumo de cigarros per capita vêm caindo, os impactos associados ao cigarro também diminuem. Apenas em 2010, o número total de cigarros vendidos no país caiu 2,5%, segundo dados referentes ao período janeiro-setembro.
Em tempo: a cada três maços, o fumante inala e exala GEEs equivalentes aos emitidos por um carro a gasolina a cada quilômetro. Em relação ao carro a álcool que polui pouco, uma vez que a cana-de-açúcar absorve CO2 em seu crescimento , a relação é curiosa. Cada cigarro (4 g de CO2e) emite quase a mesma quantidade de GEEs que um carro a etanol a cada quilômetro rodado (4,3 g de CO2e).