Apesar da greve de aeroviários (trabalhadores de terra das companhias aéreas), iniciada na quinta-feira no Galeão, Brasília, Confins, Fortaleza e Salvador, a movimentação nos aeroportos do país corre dentro dos padrões de normalidade nesta sexta-feira, véspera de Natal.
Por volta do 12h, o percentual de voos domésticos com atrasos superiores a 30 minutos em todo o país era de 9,7% do total previsto. Segundo dados da Infraero, 35 de 1235 programados haviam sido cancelados. Nos aeroportos em que a greve foi deflagrada o panorama não era diferente. No Galeão, oito voos de 82 estavam impontuais até as 12h. Na última hora, apenas um tinha registrado atraso superior a 30 minutos e outro havia sido cancelado.
O Aeroporto de Congonhas tinha um movimento tranquilo nesta sexta-feira. Diferentemente de ontem - quando houve uma paralisação surpresa pela manhã -, os passageiros puderam fazer seu check in com tranquilidade e os voos tiveram frequência normal. Quem aguardava atendimento nas filas das companhias comemorava a normalidade.
Foi o caso do time de vôlei Rio de Janeiro, que se preparava para embarcar para a capital carioca.
"Jogamos em São Paulo ontem (quinta-feira) e estamos voltando agora. Ficamos na expectativa do que poderia acontecer, mas felizmente a greve não se confirmou", disse o técnico Bernardinho, junto ao balcão da Gol.
A incerteza fez com que algumas pessoas comparecessem ao aeroporto bem antes do horário de seus voos. Embora tivesse embarque marcado para o final da tarde, o consultor Pedro Henrique Cardoso, de 33 anos, chegou ao aeroporto para fazer check in por volta das 8h, acompanhado da mulher Anabel e do filho Pedro Henrique Cardoso Júnior, de menos de um ano.
"Vamos passar as festas em Goiânia, na casa de um tio. Resolvemos nos antecipar para não ter contratempos", afirmou.
Quem também suspirou de alívio foi o economista Fernando Lewis, de 50 anos, em companhia dos filhos Diego, de 18, e Matheus, de 16.
"Passamos a semana ouvindo falar em greve. Mas valeu a fé", contou Fernando.
De ontem até o dia 28 deverão passar 325 mil passageiros pelo Aeroporto de Congonhas. No país, durante todo o mês de dezembro, é esperada a passagem de 16 milhões de viajantes pelos aeroportos administrados pela Infraero.
Sindicato de aeroviários de SP protocolou estado de greve no TRT nesta quinta
O movimento perdeu força ontem após a decisão dos aeronautas - que trabalham nas aeronaves, como pilotos e comissários - de fechar um acordo com as empresas de reajuste salarial de 6,5%. Além disso, os próprios aeroviários adotaram estratégias diferentes país afora. Em São Paulo, por exemplo, apesar de não ter chegado ao um acordo com os patrões na audiência do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a categoria decidiu adiar a greve em 72 horas, remarcando assembleia para segunda-feira. Os aeroviários de Porto Alegre e Recife fecharam acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).
O presidente Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, Reginaldo Alves de Souza, protocolou na quinta-feira o estado de greve no TRT. Isso significa dizer que, pela lei, a categoria não poderá paralisar suas atividades pelas próximas 72 horas. Durante a audiência do TRT-SP, o desembargador Jonas Santos de Brito sugeriu às companhias aéreas que pagassem 7% de reajuste (6,56% do IPCA mais 0,44% de aumento real). Os trabalhadores disseram que aceitavam os 7%, mas o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) se negou a ir além dos 6,5%.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião