Participação nos lucros
Terceirizados da Bosch terão audiência na tarde de hoje
A Justiça marcou para a tarde de hoje uma audiência entre os representantes da Manserv (empresa terceirizada da Bosch), do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Montagem e Manutenção Industrial do Paraná (Sindimont) e da multinacional. Os 95 funcionários da Manserv que prestam serviços na unidade fabril em Curitiba estão em greve desde o último dia 15.
A revindicação dos trabalhadores está relacionada à Participação nos Lucros e Resultados (PLR). De acordo com o vice-presidente do Sindimont, Gilmar Carlos Lisboa, a Manserv não cumpre o acordo. A proposta é substituir a PLR calculada em um salário-base por ano, ou R$ 1,5 mil por um abono mensal de R$ 250. "A empresa manipula as metas. Nós não conseguimos fiscalizar porque, apesar da promessa, as planilhas nunca foram apresentadas", afirma.
Em nota, a Bosch ressalta que está acompanhando as negociações da Manserv com o Sindimont e informa que, caso seja necessário, irá avaliar a necessidade de contratar temporariamente outras empresas prestadoras de serviço para assegurar as operações.
A multinacional conseguiu ontem uma liminar de interdito proibitório impedindo os trabalhadores de permanecerem em frente aos portões da fábrica. Por meio da assessoria de imprensa, a Manserv disse que não vai comentar o assunto.
A cidade de Curitiba pode ficar com a coleta de lixo prejudicada na próxima semana, quando começa a paralisação da Cavo, empresa responsável pelo serviço na capital. Em assembleia realizada ontem, os funcionários decidiram pelo indicativo de greve. De acordo com o presidente do Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Paraná (Siemaco), Manassés Oliveira, a prefeitura e a empresa foram notificadas da decisão, conforme exige a legislação. A Cavo pretende ir à Justiça para garantir um porcentual mínimo de funcionários nas ruas.
O principal impasse entre as partes é o reajuste salarial e do tíquete alimentação/refeição. Enquanto o Siemaco pede 20% de aumento para o primeiro e 50% para o segundo, a Cavo ofereceu reajuste de 10% para ambos. Atualmente, entre salário e benefícios, os colaboradores ganham R$ 1.346,76.
"A proposta da empresa foi recusada na assembleia. Vamos esperar uma nova proposta nos próximos dias ou 100% dos colaboradores vão parar", afirma Oliveira. A Cavo conta com 2 mil funcionários, entre coletores, varredores, motoristas, roçadores, ajudantes de serviços gerais e serventes.
Serviço essencial
Apesar do indicativo de greve, alguns trabalhadores podem ser obrigados a continuar trabalhando. Como a limpeza pública é um serviço essencial, a empresa pode solicitar junto à Justiça a continuidade de um efetivo mínimo para realizar a coleta.
Apesar da falta de consenso quando ao reajuste, outras revindicações dos trabalhadores foram aceitas pela empresa. A Cavo está disposta a pagar o prêmio para o funcionário que não faltar, melhorar as condições do plano de saúde, pagamento de 100% a partir da segunda hora extra (antes se pagava 65%) e que três coletores trabalhem por caminhão até então, o veículo deixava o pátio com apenas dois.
Em nota, a Cavo diz ter oferecido condições superiores à média salarial praticada pelo mercado e que a proposta havia sido aceita pelos representantes dos trabalhadores na última quarta-feira. A empresa ainda afirma que vai buscar a resolução do impasse por meio de medidas legais junto aos órgãos competentes.
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