Aproximadamente 500 funcionários da Cavo - empresa responsável pela coleta de lixo e pela limpeza das ruas de Curitiba - rejeitaram a proposta da empresa em assembleia realizada na porta da Cavo, no bairro Rebouças, na manhã desta quarta-feira (23), e podem entrar em greve na próxima segunda-feira (28).
Segundo o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba e Região (Siemaco), a Cavo ofereceu aos coletores de lixo domiciliar reajuste de 10% nos salários e nos benefícios, e R$ 80 de assiduidade (o trabalhador que não falta ao trabalho recebe o valor). A proposta não foi aceita porque os coletores reivindicam que o valor da assiduidade seja incorporado aos salários, para que o reajuste chegue a 20%. Para as demais categorias que fazem parte do Siemaco, o reajuste varia entre entre 10% e 29%.
O vencimento atual do coletor é de R$ 1.346 (incluindo salário, assiduidade, insalubridade e benefícios). A proposta da Cavo - que foi rejeitada elevaria esse valor para R$ 1.555.
O sindicato informou que irá notificar a Cavo sobre a rejeição da proposta e espera receber uma nova oferta em 72 horas. Uma nova assembleia foi marcada para a próxima segunda-feira (28), às 6h30, na porta da sede da Cavo. Nessa data, será votada uma nova proposta ou a deflagração da greve.
Em nota, a Cavo informou que desde o dia 11 de março está em negociação com os funcionários. Segundo a empresa, a proposta apresentada na terça-feira (22), em reunião com o Siemaco, foi aceita. No entanto, em assembleia na manhã desta quarta (23), os reajustes, que haviam sido aceitos, foram rejeitados. A empresa reitera que seu principal interesse é garantir os serviços de coleta de resíduos sem interrupção e que, para resolver definitivamente o impasse, vai buscar por medidas legais com os órgãos competentes.
Paralisação
Os trabalhadores da Cavo entraram em greve em 10 de março porque temiam que houvesse demissão em massa. A paralisação não foi informada com 72 horas de antecedência conforme prevê a lei. A Cavo havia vendido suas ações majoritárias para a Estre Ambiental, que pertence ao Banco Pactual. A categoria pedia ainda 20% de reajuste salarial.
A greve foi considerada ilegal pela justiça em 11 de março e os funcionários voltaram a coletar o lixo no em 12 de março. No período em que não houve coleta, montes de lixo ficaram acumulados pela cidade.
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