Funcionários protestaram na Praça Presidente Vargas, em Pato Branco: medo de perde o emprego.| Foto: Cristiane Sabadin Tomasi/Diário do Sudoeste

Funcionários da loja de departamentos Havan em Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, estão em pé de guerra com o sindicato local dos comerciários. Tudo porque foram impedidos de trabalhar na última segunda-feira (29), feriado do Dia de São Pedro, o padroeiro da cidade. A loja não pôde abrir as portas por falta de um entendimento com a entidade sindical, que obteve uma decisão judicial contra o funcionamento da rede em domingos e feriados.

CARREGANDO :)

Posicionamento da Havan

Por meio da assessoria de imprensa, a Havan acusa o sindicato de se recusar a negociar a abertura da loja fora dos dias úteis. A empresa alega ter sido surpreendida pela decisão judicial e precisou cancelar um show que estava programado no local em homenagem ao padroeiro da cidade.

A empresa diz ter definido “um plano de benefícios aos colaboradores escalados para o atendimento no feriado em Pato Branco, conforme faz em todas as demais cidades do Brasil onde tem lojas. Este plano inclui pagamento adicional de hora-extra, vale-alimentação e folga em outra data.” Segundo a área de Gestão de Pessoas, “os colaboradores também integram o Plano de Participação nos Resultados, mas com a loja fechada, a equipe de Pato Branco foi prejudicada em sua meta e, consequentemente, no PPR.”

Para o diretor-presidente da rede, Luciano Hang, é incompreensível que a Havan, apesar de todas as vantagens que oferece aos funcionários, seja impedida de trabalhar. “A Havan paga 60% a mais do que estabelece a convenção da categoria. Só pedimos liberdade para podermos trabalhar”, diz.

Em entrevista ao jornal Diário do Sudoeste, colaboradores da Havan afirmam que o sindicato quer impedir que eles trabalhem nesses dias sob alegação de que a empresa “paga pouco”. Com 92 lojas espalhadas pelo Brasil, a varejista catarinense tem como um de seus diferenciais a abertura em domingos e feriados.

Publicidade

Os trabalhadores saíram em defesa da empresa, alegando que ela cumpre a legislação, com folgas semanais. O medo é que o desacordo com o sindicato resulte em demissões na loja, que abriu na cidade há cerca de um mês. Cerca de 200 pessoas são empregadas pela Havan, que investiu R$ 35 milhões para abrir a loja de 14 mil metros quadrados, localizada na BR-158.

Indignados com a falta de um acordo que os permitisse dar expediente normalmente no Dia de São Pedro, os funcionários fizeram um protesto em praça pública com faixas e gritos de ordem contra o sindicato. Do lado de fora da Havan, um cartaz explicou aos clientes o motivo do fechamento.

“Lei vale para todos”

Em nota oficial assinada pelo presidente João Maria Fonsenca Vincensi, o Sindicato dos Empregados no Comércio da cidade afirma que iniciou uma negociação com a Havan e que uma assembleia com os trabalhadores chegou a ser convocada, mas representantes da loja teriam dito aos funcionários que não havia ocorrido um acordo. “A empresa assinou então diretamente com os trabalhadores um ‘Acordo Coletivo de Trabalho’ da forma que melhor lhe convinha, que não tem validade legal”, diz Vincensi.

Diante disso, o sindicato recorreu à Justiça do Trabalho e obteve uma decisão liminar que impediu a abertura da loja. O sindicato esclarece que não é “contra o desenvolvimento de Pato Branco e da região, pelo contrário apoia o desenvolvimento que proporcione qualidade de vida, trabalho decente, melhores salários, direito ao lazer e convívio familiar a todos os trabalhadores.” A entidade alega lutar pelo fim do trabalho aos domingos e feriados, uma bandeira da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ao qual é filiada.

Publicidade