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Funcionários da Infraero iniciam greve no Afonso Pena

Integram a lista de grevistas os fiscais de pátio, servidores do Terminal de Cargas, de engenharia e trabalhadores administrativos | Jonathan Campos/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Integram a lista de grevistas os fiscais de pátio, servidores do Terminal de Cargas, de engenharia e trabalhadores administrativos (Foto: Jonathan Campos/Agência de Notícias Gazeta do Povo)

Funcionários da Infraero deflagaram uma greve por tempo indeterminado no início desta quarta-feira (31) em diversos aeroportos do país, entre eles o Afonso Pena, em São José dos Pinhais. A informação é do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), que relatou nesta manhã ter a expectativa de contar com 95% de adesão da categoria ao longo do dia. A Infraero, porém, afirma que a greve não afeta voos.

Até as 17h desta quarta, dez voos atrasaram no Aeroporto Afonso Pena entre os 75 programados ao longo do dia. Outros quatro foram cancelados. Para a administração do terminal, esses atrasos não têm a ver com a greve e sim com outros aeroportos que foram fechados, como o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), por exemplo. Já o presidente do Sindicato dos Aeroportuários (SINA), Wilson Vieira de Souza, o atraso dos vôos tende a aumentar cada vez mais.

Uma assembleia dos aeroportuários na tarde desta quarta confirmou a continuidade da paralisação por tempo indeterminado. O sindicato convocou a reunião para discutir sobre os honorários. Participaram responsáveis pelos funcionários e também aqueles que aderiram à greve. A assembléia aconteceu em vários lugares do Brasil. Em Curitiba, assembleias ocorreram no Aeroporto Afonso Pena e no Aeroporto do Bacacheri.

De acordo com informações do sindicato, a Infraero não teria aceitado a proposta de aumento salarial de 16% e manutenção das atuais condições do plano de saúde, reivindicada pelos servidores. Por isso, a greve irá continuar. "Queremos uma proposta que seja adequada para os nossos funcionários" disse o presidente Wilson Vieira de Souza.

Os grevistas são trabalhadores vinculados diretamente à Infraero. Integram a lista os fiscais de pátio, servidores do Terminal de Cargas, de engenharia e trabalhadores administrativos. O Sina estima que haja 300 trabalhadores no terminal que serve Curitiba e região. Do início da greve até o começo da manhã, o diretor da entidade, Wilson Vieira de Souza, estimava que 100 empregados estavam de braços cruzados.

"Temos vários turnos com o pessoal entrando em vários horários. Ao longo do dia, vamos reunir todos os setores, incluindo os funcionários administrativos, para fazer um apitaço dentro do aeroporto. Durante a madrugada ficamos no pátio."

Souza diz que a intenção é fazer um ato que não impeça passageiros de acessar as plataformas de embarque e desembarque. Mesmo assim, o dirigente admite que é possível que ocorram transtornos aos passageiros. "Nossa intenção é fazer manifestação pacífica, agora atrasos vão ser consequência da nossa greve. Mas não posso garantir nada, como a Infraero não tem avião, quem sabe de atrasos e cancelamentos são as companhias aéreas."

Greve não afeta operação de aeroportos, diz Infraero

A greve dos funcionários da Infraer não prejudica o funcionamento dos aeroportos do País, segundo a Infraero. Os índices de voos atrasados e cancelados - respectivamente 5,3% e 13,2%, às 11h - está dentro do padrão normal de operação, de acordo com a empresa.

A estimativa do Sina é de que a paralisação atinja 63 aeroportos administrados pela Infraero. Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, e o aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, leiloados à iniciativa privada, não serão afetados.

Nesta manhã, o aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, registrava mais de 60% dos voos cancelados ou atrasados. No entanto, segundo a Infraero, a situação era decorrência do mau tempo, que provocou o fechamento do terminal para pousos e decolagens. A assessoria de imprensa do Sina reconheceu que a maioria dos aeroportos opera normalmente.

Em nota, a Infraero disse que possui um plano de contingenciamento, que inclui remanejamento de empregados e reforço de equipes em horários de maior movimento, para garantir os serviços essenciais e a operacionalidade dos terminais.

Apesar do funcionamento normal dos aeroportos, a categoria mantém a expectativa de 70% de adesão à greve - número que representa mais de 9 mil dos 13 mil funcionários responsáveis pelas operações de solo da Infraero. Só em Congonhas, segundo levantamento prévio do Sina, 90% dos trabalhadores paralisaram suas atividades nesta manhã. Entre eles, programadores de voos, fiscais de pátios, terminais de passageiros e segurança e trabalhadores das centrais de operação e de monitoramento. No entanto, de acordo com a Infraero, até as 11h, os atrasos atingiam 10% dos voos e 7,5% foram cancelados. Os números são considerados dentro da média pela Infraero.

Reivindicações

Os aeroportuários negociam um reajuste salarial de 16% diante de uma proposta de 6,49% oferecida pela Infraero. Além disso, a categoria pede a manutenção dos benefícios de assistência médica que, de acordo com os funcionários, seria suspenso pela empresa.

Ao contrário do que chegou a ser divulgado, o sindicato esclareceu que os salários dos funcionários não estão atrasados. "O que está três meses atrasado é o reajuste. A reposição deveria acontecer no dia 1º de maio", disse a assessoria.

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