Um dia após terem promovido uma manifestação no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, funcionários e ex-funcionários da Varig fizeram manifestação nesta sexta-feira pela orla do Rio de Janeiro. A multidão, também composta por políticos, percorreu a Praia de Ipanema até a orla de Copacabana, na zona sul da cidade, com o objetivo de sensibilizar a população para a grave situação da companhia e para pedir novamente o apoio dos credores do governo durante o processo de recuperação da empresa aérea.
A manifestação foi concisa, apesar dos conhecimentos desentendimentos entre os funcionários da companhia e os sindicatos e associações que representam as classes.
Durante o protesto, os funcionários criticaram os desentendimentos entre porta-vozes do governo sobre a ajuda federal para a companhia. Uma das faixas carregadas durante a manifestação na praia trazia a inscrição "Não queremos dinheiro público", entre outras com os dizeres: "O petróleo é nosso. A Varig também".
O presidente da Associação de Pilotos da Varig, comandante Rodrigo Marocco, afirmou que mais importante do que o uso de dinheiro público é a concessão de novos prazos à companhia por parte dos credores estatais, como Infraero e BR Distribuidora.
Segundo ele, os funcionários estão conscientes de que também vão precisar fazer sacrifícios.
- É um esforço que exige concessões de todos os credores, inclusive dos trabalhadores. Eles têm que ver que há a necessidade de redução dos quadros e de redução de salários até que a empresa volte a operar dentro dos padrões em que sempre operou disse o comandante.
Durante o protesto, muitos funcionários aproveitaram para assinar procurações autorizando o uso de recursos do fundo de pensão de funcionários Varig no Instituto Aerus na recuperação da empresa. Na última semana, a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) do Ministério da Previdência decretou a intervenção no fundo de pensão Aerus e a liquidação dos planos de previdência dos funcionários da Varig, o que dificulta os planos dos empregados de injetar US$ 200 milhões do fundo na companhia.
A manifestação foi uma resposta ao ministro da Defesa, Waldir Pires, que na quinta-feira, admitiu no Palácio do Planalto que o governo poderá injetar dinheiro na Varig para evitar que a empresa quebre. O ministro, porém, não adiantou de onde sairia o dinheiro e destacou que o BNDES tem limitações para financiar a companhia. Pires disse que qualquer ajuda oficial à Varig só será feita dentro da lei:
- Não é só possível a ajuda financeira. É a convicção de que é possível existir uma tomada de operação da Varig consistente, séria, com um projeto sério de recuperação da empresa. O governo só pode gastar dinheiro público na forma da lei, não pode fazer fora da lei. O governo está empenhado nisso, está desejoso que isso ocorra.
No dia anterior, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que o governo não socorreria a Varig e não poderia fazer generosidade com dinheiro público.
Pires participou de uma reunião com a direção da Agência Nacional de Avião Civil (Anac) para discutir a situação da Varig e uma proposta para que o país não perca espaço na aviação internacional.
Uma das propostas de recuperação financeira da Varig é a oferta da Volo Brasil, empresa que adquiriu a ex-subsidiária VarigLog e que pretende injetar US$ 400 milhões pela companhia aérea. A outra proposta foi formulada pelos funcionários: extinguir as rotas domésticas. Uma outra frente, formada por representantes da empresa de consultoria Alvarez & Marsal, responsável por fazer a reestruturação da Varig, tentam obter apoio do BNDES.
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