Concentração ocorreu em frente à sede estadual dos Correios, na Rua João Negrão. A caminhada teve início às 10h30 e durou cerca de uma hora| Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Procon-PR e Febraban alertam

O Procon-PR e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) orientam a população em relação às dificuldades que podem surgir por conta da greve dos Correios.

As principais recomendações são referentes às contas que podem vencer sem que o consumidor as tenha recebido o boleto bancário, o que pode gerar multa e juros pelo atraso do pagamento.

Segundo o Procon-PR, o consumidor pode buscar meios alternativos para a emissão da segunda via do documento de pagamento. Em vários casos, o boleto bancário pode ser impresso, acessando a página do fornecedor na internet. Também é possível contatar o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da empresa e solicitar a remessa do boleto por e-mail ou fax, pedir o código de barras do documento, ou local para efetuar o pagamento.

Cabe ao fornecedor disponibilizar ao consumidor outras formas de pagamento, além do boleto bancário. Se o consumidor tiver algum prejuízo em razão da não disponibilidade, pode procurar os órgãos de defesa do consumidor. O órgão ainda orienta que a emissão do boleto não pode ser cobrada.

A Febraban sugere que o cliente identifique os pagamentos recorrentes mensais, ou aqueles eventuais que poderão incidir no período da paralisação. Com essas informações, ele deve procurar as agências das concessionárias ou empresas emissoras dos boletos e solicitar a segunda via da cobrança para efetuar o pagamento.

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As faixas traziam algumas das reivindicações dos funcionários em greve
Trabalhadores cruzam os braços na sede dos Correios em Curitiba
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Funcionários dos Correios que estão em greve fizeram uma caminhada pelas ruas do Centro de Curitiba, na manhã desta quinta-feira (15). A concentração ocorreu em frente à sede estadual dos Correios, na Rua João Negrão. A caminhada teve início às 10h30 e o ato terminou por volta das 11h30. A categoria entrou em greve por tempo indeterminado na quarta-feira (14).

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O trajeto da caminhada foi Rua João Negrão, depois Rua Conselheiro Laurindo até a Rua XV de Novembro. O trânsito ficou lento durante a caminhada. Agentes da Diretoria de Trânsito de Curitiba acompanharam o ato dos funcionários dos Correios. Segundo o sindicato da categoria, cerca de 250 pessoas participaram da manifestação.

A previsão era de que os manifestantes seguissem pelo calçadão da Rua XV até a Boca Maldita, porém, a caminhada foi encerrada em frente à Agência Central dos Correios de Curitiba, na Rua XV (em frente ao prédio histórico da UFPR).

Os grevistas conversaram com a população sobre os motivos da paralisação, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR). Panfletos com informações sobre as reivindicações da categoria foram entregues aos curitibanos durante o ato.

Novas manifestações devem ocorrer na próxima semana. Uma reunião nesta sexta-feira vai decidir se os funcionários dos Correios vão participar do movimento contra o presidente da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB).

Serviços afetados

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Os serviços de entrega rápida dos Correios, como Sedex Hoje, Sedex 10 e Disque Coleta, estão suspensos temporariamente desde quarta-feira por causa da greve dos funcionários da estatal. Segundo o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, a entrega de cartas e encomendas comuns continuará sendo feita, mas poderá haver atrasos.

Apesar da greve, a assessoria de imprensa dos Correios informou que não há agências da estatal fechadas no Paraná.

Aproximadamente um milhão de paranaenses podem ser afetados pela greve, segundo estimativa do sindicato que representa os trabalhadores no estado, Sintcom-PR. O cálculo foi feito com base no que ocorreu na paralisação da categoria de 2009.

Os funcionários dos Correios de Maringá, no Noroeste do Paraná, Ponta Grossa, nos Campos Gerais, Foz do Iguaçu e Cascavel, ambas no Oeste do estado, também entraram em greve por tempo indeterminado a partir de quarta-feira (14). Os colaboradores de Curitiba e Londrina, no Norte do Paraná, também estão em greve. Nessas cidades houve assembleias para decidir pela paralisação na terça-feira (13).

O sindicato e os Correios ainda não tinha estimativas sobre os números da greve nesta quinta-feira (15). Segundo a assessoria dos Correios no Paraná, 19,5% dos cerca de 6,5 mil funcionários no estado entraram em greve na quarta-feira. De acordo com o sindicato da categoria, aproximadamente 2,4 mil (68,5%) dos 3,5 mil funcionários do setor operacional estavam em greve nesta quinta-feira.O Sintcom-PR afirma que a conta dos Correios é feita com base em todo o quadro de funcionários da empresa, mas os setores administrativos não participam da greve. Os colaboradores dos Correios que entraram em greve são os carteiros, operadores de triagem (que fazem a separação dos documentos), atendentes e motoristas.

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Em nota, a empresa afirma que "já colocou em operação um plano de contingência, com contratação de recursos, realocação de empregados e realização de horas-extras, para minimizar os prejuízos à população". A greve dos Correios é um movimento nacional. A categoria rejeitou a proposta apresentada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Segundo o sindicato da categoria no estado, Sintcom-PR, a paralisação deve se estender para todas as cidades do estado.

De acordo com o sindicato, a greve é por tempo indeterminado e só deverá terminar quando a empresa apresentar uma proposta que atenda às reivindicações da categoria. Mas a empresa afirma que a retomada das negociações sobre o acordo coletivo está condicionada ao retorno às atividades e que haverá desconto dos dias parados. Segundo o Sintcom, a proposta para o fim da greve para a retomada das negociações foi rejeitada em assembleia na tarde desta quarta-feira.

A greve nas cidades paranaenses segue a determinação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) repassada aos sindicatos filiados.

A assessoria de imprensa dos Correios divulgou nota oficial na manhã de quarta-feira e afirmou que a empresa trabalha para normalizar a situação o mais rápido possível. "Os Correios ofereceram todas as condições necessárias para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2012. Apesar de todos os esforços da empresa, a paralisação foi deflagrada a partir desta quarta-feira (14)", dizia a nota.

Reivindicações

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Os trabalhadores pediram um reajuste linear de R$ 400, além da reposição dos 7,16% da inflação referente ao período entre agosto de 2010 e julho de 2011. A categoria ainda queria discutir um piso salarial que seria de aproximadamente R$ 1.635 (atualmente o piso do carteiro é de R$ 807), o aumento do vale-refeição de R$ 23 para R$ 30 e um do auxílio extra, de R$ 130 para R$ 300.

A proposta apresentada pela empresa foi de aumento salarial de 6,87% e mais um reajuste linear de R$ 50 para cada trabalhador a partir de janeiro, além de um abono de R$ 800 a ser pago após o acordo. O vale-refeição seria no valor de R$ 25 e o auxílio extra de R$ 140. A empresa não quis discutir o piso salarial da categoria.