Os funcionários dos Correios no Paraná decidiram iniciar uma greve por tempo indeterminado no estado a partir das 22h desta quarta-feira (29). O motivo da paralisação é o suposto descumprimento do dissídio coletivo pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) com a criação do Postal Saúde, que é considerado pela categoria uma "terceirização" do plano de saúde dos trabalhadores. A decisão pela greve foi tomada em assembleias organizadas pelo Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) e realizadas em Curitiba, Maringá, Ponta Grossa, Londrina e Cascavel na noite desta quarta. Na capital, cerca de 200 pessoas participaram.
O sindicato não tinha um balanço da paralisação até as 22h30 desta quarta. Somente pela manhã, o Sintcom-PR deve divulgar informações sobre a adesão ao movimento grevista. A maior concentração em Curitiba é nas proximidades da sede dos Correios, na avenida João Negrão, no centro. Além dos escritórios administrativos, a região concentra uma dos maiores centros de distribuição da empresa e a sede do sindicato.
No site do Sintcom-PR, os trabalhadores justificavam a paralisação em nota sobre a greve: "Queremos, sim, a melhoria dos serviços e procedimentos, mas não vamos aceitar a cobrança de mensalidade e não vamos permitir que retirem nosso maior benefício!"
Empresa
Durante a tarde, antes da confirmação da greve, a assessoria de imprensa dos Correios informou, por telefone, que a greve teria "motivos políticos" e o acordo coletivo não teria sido quebrado. A empresa diz ainda que os trabalhadores não teriam prejuízos com o Postal Saúde e nem aumento das despesas.
Brasil
O movimento grevista acontece ao mesmo tempo em vários estados brasileiros. Mas, no fim da noite desta quarta não havia informações sobre a paralisação em outros lugares, além do Paraná. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) entrou com processo jurídico contra a criação do Postal Saúde, mas segundo a federação, o julgamento já teria sido adiado cinco vezes.
O indicativo de que a greve poderia ser deflagrada foi informada pela Fentect em publicação datada de 23 de janeiro, onde afirma que a medida foi aprovada em plenárias anteriores. "Não podemos esperar a decisão da Justiça, pois este é o tempo que a ECT precisa para concluir a implantação ilegal do Postal Saúde", diz o informativo. A categoria entrou em greve no ano passado entre setembro e outubro.
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